A regulamentação das apostas esportivas no Brasil está prestes a entrar em uma nova fase, com mudanças previstas para janeiro de 2025. Em entrevista à Itatiaia (veja vídeo acima), André Gelfi, diretor presidente do Instituto Brasileiro do Jogo Responsável (IBJR), abordou os desafios e as expectativas para o setor.
Segundo Gelfi, as ‘Bets’, como são conhecidas as empresas de apostas, oferecem plataformas online para apostas em diversos eventos esportivos. No entanto, o setor enfrenta problemas como a ludopatia - vício em jogos de azar - e a
“Aposta é entretenimento, é engajamento com o esporte, é espairecimento no tempo livre. Não é uma forma de você ficar rico”, enfatizou Gelfi, criticando as falsas promessas feitas por influenciadores e empresas oportunistas.
Regulamentação e limpeza do mercado
André Gelfi explica que desde 1º de outubro de 2023, começou um processo de ‘limpeza’ do segmento e que a expectativa é de que a partir de janeiro de 2025, apenas empresas autorizadas poderão operar no Brasil. Para obter a licença, as empresas deverão pagar R$ 30 milhões por um período de cinco anos.
‘O sarrafo é bem alto. Não tem muito espaço para oportunista’, afirmou Gelfi, destacando que a medida visa eliminar empresas de origem duvidosa, que podem estar ligadas a atividades criminosas.
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Desafios e conscientização
Um dos principais desafios, na avaliação do executivo, é mudar a percepção das apostas como solução para problemas financeiros. Gelfi ressalta a importância da conscientização, tanto dos apostadores quanto dos influenciadores que promovem essas plataformas.
Outro ponto crítico é a integridade do esporte. Gelfi mencionou a expectativa de uma portaria específica do Ministério do Esporte para tratar da integridade, visando prevenir manipulações de resultados por atletas.
Com a regulamentação, espera-se um monitoramento mais eficaz das atividades de apostas, permitindo um diagnóstico mais preciso do perfil dos apostadores e dos impactos dessa atividade na sociedade brasileira.