Se o segundo turno da eleição presidencial é o grande foco do eleitor brasileiro, em Minas parlamentares e interlocutores do governo estadual já miram as atenções na eleição para presidente da Assembleia Legislativa - prevista para o início de fevereiro. E os primeiros dias de articulações e negociações já indicam que será uma disputa apertada.
A coluna apurou que, até aqui, cinco nomes aparecem com mais frequência nas conversas: o líder do governo Zema na Casa, Roberto Andrade (Patriota), o ex-líder do bloco governista Gustavo Valadares (PMN), o atual vice-presidente Antônio Carlos Arantes (PL), o primeiro secretário Tadeu Martins Leite (MDB) e Zé Guilherme (PP), pai do deputado federal Marcelo Aro (PP), principal articulador de Zema em Brasília.
Entre os nomes, o governo Zema ainda discute quem apoiará. Roberto Andrade, líder do governo no Legislativo, é considerado por interlocutores do Estado como um candidato natural por ter bom trânsito com os variados grupos da Assembleia - do Novo à oposição, além de não ter “disputas regionais” com outros parlamentares. Valadares é outro que nutre boa relação com boa parte da Casa. Zé Guilherme contaria com apoio, principalmente, da influência de Aro e da bancada dos partidos que orbitam o PP e o Podemos. Já o vice-presidente Arantes tem o trunfo do PL - segunda maior bancada partidária da próxima legislatura e em rota de aproximação a Zema, após apoio formal do governador à reeleição de Bolsonaro (PL). O deputado Tadeu Martins Leite é o nome de parlamentares do “blocão” da Casa, que conta com apoio de partidos variados.
Além de cadeiras na Mesa Diretora, interlocutores revelam que um dos ingredientes nas negociações para a eleição é o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG). Só na próxima legislatura, que vai até 2027, a ALMG irá indicar três deputados para uma vaga de conselheiro da Corte. A primeira em abril de 2024, com a aposentadoria de Dr. Viana, depois em novembro de 2024, com a saída de Wanderley Ávila e, em abril de 2025, com Mauri Torres pendurando as chuteiras no tribunal. Acordos por essas indicações já começam a ser costurados - normalmente, o presidente da ALMG tem força suficiente para bancar um nome e viabilizar a indicação. O atual presidente da Casa, Agostinho Patrus (PSD), a propósito, foi confirmado nesta sexta-feira (7) como próximo membro do tribunal.