O procurador Humberto Jacques pode virar uma opção para assumir a Procuradoria Geral da República, caso o atual PGR, Augusto Aras, não seja reconduzido ao cargo. A decisão sobre o comando do Ministério Público Federal será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias.
Vice PGR
Jacques chegou a ser convidado por Aras para ocupar o cargo de vice procurador no lugar de Lindôra Araújo, que está afastada por problemas de saúde, e é acusada pela base de Lula de ter uma atuação bolsonarista. Humberto Jacques, que já ocupou o cargo de vice procurador anteriormente, declinou do convite. Assumirá o cargo o procurador Luiz Augusto Santos Lima. Dentro do MPF, ele está entre os procuradores críticos ao que consideram “excessos” da operação Lava-jato, o que poderia ser um ponto a favor para a escolha presidencial. Jacques é um aliado de Aras e não se coloca como candidato, mas caso o atual PGR não tenha sinal positivo de Lula, Humberto passa a ser uma opção.
Sem vetos
O nome, segundo defensores, tem a vantagem de não enfrentar a resistência que existe, tanto na base de Lula quanto entre integrantes do Supremo Tribunal Federal, ao nome Aras. Jacques também tem trânsito na bancada evangélica e na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o que é considerado um capital importante para o governo.
Lista tríplice
Apesar das conversas de bastidores, petistas afirmam que Lula deve escolher entre os indicados Associação Nacional dos Procuradores. Os três mais votados foram: Luiza Frischeisen (526 votos), Mário Bonsaglia (465) votos e José Adonis Callou (407).
Lula tem por costume escolher nomes que fazem parte da lista tríplice, mas nada impede o presidente de optar por algum procurador que não esteja entre os indicados da lista, como fez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na primeira nomeação de Augusto Aras.
O mandato de Aras termina no final de setembro.