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Do TSE ao STF: o futuro de Edilene Lobo começa a ser articulado nos bastidores

A advogada mineira tomou posse como ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral na última terça-feira (11). Ela é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na corte.

A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lobo, tomou posse a poucos dias e já é cotada para um novo cargo. Alas do Partido dos Trabalhadores (PT) articulam para que ela seja indicada para o Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, as próximas cadeiras serão desocupadas somente após o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cadeira do presidente do STF, Luís Roberto Barroso (68), será desocupada em 2030, quando ele completa 75 anos. Já a vaga de Carmém Lúcia (69), pela regra, estará disponível em 2029, quando ela atinge idade para aposentadoria compulsória.

Edilene Lobo poderá ser indicada para uma das duas vagas, caso Barroso ou Carmém Lúcia antecipem suas saídas. Nos bastidores, entre políticos, circula a informação de que a ministra poderia assumir, dentro do mandato de Lula, a embaixada brasileira na Itália, liberando uma cadeira para nova indicação. Procurada pela coluna, a ministra ainda não se posicionou.

O ministro Luís Roberto Barroso assumiu a presidência sob forte turbulência, após declaração polêmica de que “derrotou o bolsonarismo” o que lhe rendeu um pedido de impeachment. Segundo fontes da coluna, Barroso também enfrenta alguma oposição interna.

A expectativa de petistas é que Edilene Lobo seja a primeira ministra negra do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também é um nome ventilado como um possível indicado.

Posse concorrida

A posse de Edilene Lobo lotou o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Tribunal Superior Eleitoral. O presidente da corte eleitoral quebrou o protocolo e discursou rapidamente. Segundo ele, “a primeira ministra negra da história do Brasil” é “símbolo de respeito a diversidade, a mulher e a mulher negra”. “Quem ganhou muito foi essa corte da democracia”, disse o ministro.

Convidados da ministra fizeram fila também para abraçar o presidente Alexandre de Moraes.

O evento contou com a presença do vice-presidente da Republica, Geraldo Alckmin (PSB), da presidente do STF, Rosa Weber e do ministro Gilmar Mendes.

Entre os presentes, o presidente do TRE-MG, Otávio Boccalini; o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Durval Ângelo; o ex-governador de Minas, Fernando Pimentel; os deputados federais Zé Silva (Solidariedade), Odair Cunha (PT), Miguel Ângelo (PT), Padre João (PT), Rogério Correia (PT) e Léo Monteiro (PT). Os deputados estaduais Leninha (PT), Macaé (PT) e Betinho Pinto Coelho (PV); e o vice presidente da Caixa Econômica Federal.

Em conversa com a coluna, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a importância de ter a primeira mulher negra no cargo ocupando uma cadeira no TSE.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.