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Apesar da crise, secretário de Zema permanece no Governo

O episódio envolvendo a denúncia de indicação de um comandante da PM em troca de apoio ao candidato do governo para a presidência da Assembleia abalou, mas não derrubou Igor Eto. O secretário de Governo seguirá à frente da pasta

Igor Eto, secretário de Governo

A denúncia do deputado estadual eleito, Cristiano Caporezzo (PL), de que o secretário de Governo de Zema, Igor Eto (Novo) condicionou a nomeação de um comandante da PM, ligado a ele, ao voto em Roberto Andrade (Patriota) candidato do governo à presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, caiu como uma bomba para o Executivo e para o partido Novo. No entanto, pelo que a coluna apurou com a cúpula do governo, o episódio de grande repercussão não vai retirar o secretário do cargo.

Um parte expressiva dos deputados não esconde a insatisfação com a forma como o governo se relaciona com a casa. Temendo perder a independência, eles se recusam a apoiar o candidato governista à presidência da Assembleia Legislativa. O temor dos parlamentares é que a Assembleia perca a autonomia e vire um “puxadinho da Cidade Administrativa”. Nesse cenário, a perda de apoio do PL, após a confusão envolvendo o comandante, fez com que o governo repensasse a estratégia, podendo desistir da candidatura de Andrade, para apostar na construção de um nome de consenso para a presidência do legislativo.

Dentre os motivos de insatisfação, os deputados citam o fato do governo negociar recursos e obras direto com os prefeitos, ignorando os deputados como interlocutores. Na articulação para a presidência da casa, os legisladores relatam que os novatos, que ainda nem tomaram posse, foram priorizados na articulação e já negociaram, inclusive, o recebimento de emendas. E, por fim, os parlamentares afirmam que impera a máxima “aos que são da base tudo, aos que não são nada”, o que segundo os deputados atrapalha as construções coletivas. Os representantes do governo reafirmam que trabalham para estabelecer e manter o diálogo, o que inclui investir em uma candidatura de consenso. Integrantes do executivo também negam haja desentendimento entre o secretário de Governo, Igor Eto, e o vice-governador, Mateus Simões.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.