Ouvindo...

O que é um superapp? Saiba mais e veja exemplos

Ter diversos serviços em uma única plataforma ajuda a otimizar as tarefas do dia a dia

Com superapp, cliente tem acesso a diversos serviços em uma mesma plataforma

A ideia não é nova, mas tem ganhado espaço gradativamente aqui no Brasil. O principal objetivo de um superapp é oferecer uma experiência de usuário completa e prática, mas a pesquisa “Superapps – Estudo do Comportamento do Consumidor e Marcas”, realizada entre julho e agosto de 2022 pela Ilumeo, aponta que 30% dos entrevistados ainda não conhecem o conceito.

Leia também:

Os superapps são aplicativos com várias ferramentas e serviços que permitem que o usuário faça diferentes ações em uma mesma plataforma. Com eles, elimina-se a necessidade de fazer o download de diversas soluções para diferentes tarefas. Além de reduzir a quantidade de apps desnecessários (o que significa ocupar menos armazenamento no smartphone), eles otimizam o tempo ao centralizar a maior parte (se não todas) das atividades online dos usuários.

Comparativamente, é como se fosse um shopping center: é possível fazer compras, efetuar pagamentos e pedir refeições, por exemplo. Os maiores diferenciais dos superapps são a experiência unificada (uma única conta de usuário permite fazer inúmeras tarefas) e a conveniência, e é justamente com eles que essas plataformas conquistam os clientes. É comum que os superapps comecem como um app e, conforme a empresa, plataforma ou serviço se desenvolve, passem a oferecer mais opções.

Um dos superapps mais conhecidos do mundo é o chinês WeChat. Criado pela Tencent, ele surgiu como um aplicativo de mensagens instantâneas. Com o tempo, se transformou em um ecossistema extremamente amplo e hoje inclui, entre outros, mensagens, serviços financeiros, viagens, entrega e transporte. O WeChat se tornou tão popular que o governo chinês decidiu hospedar o documento de identidade digital dos cidadãos chineses lá.

O WhatsApp, um dos serviços mais populares do Brasil, pode ser considerado um superapp. Usado por muitos como mensageiro instantâneo, ele tem meio de pagamento, permite fazer chamadas de voz e vídeo, aceita a publicação de atualizações do usuário, tem função de busca de lojas e produtos, e serve como auxiliar de vendas (permite incluir cardápios e fazer pedidos).

Outros exemplos com potencial são apps como iFood, Mercado Livre, Magalu e Rappi. Muitos consumidores adotam os superapps porque eles facilitam a realização de tarefas e ajudam a economizar tempo. Para as empresas, então, ter um superapp ajuda a atrair clientes e torná-los fiéis ao ecossistema.

Aposta no Twitter

Desde que comprou o Twitter, um dos objetivos de Elon Musk é usar a plataforma, que tem 368 milhões de usuários ativos mensais (com dados de dezembro de 2022), para criar o que ele chama de “ o app de tudo”. Sua ação mais recente nesse sentido é a mudança do nome do Twitter para X.

Um dos primeiros empreendimentos de Musk, em 1999, foi uma plataforma financeira (que depois se tornou o PayPal) chamada X.com (ele detém o domínio há anos). O conceito do serviço era ser uma plataforma completa para serviços financeiros, com banco, compras digitais, cartões de crédito, investimentos e empréstimos.

De certa forma, a essência do X.com é a de um superapp. Para Musk, o Twitter é o ponto de partida de uma plataforma de mídia social que os americanos ainda não experimentaram — e ele admite que pode se inspirar no WeChat. A popularidade do serviço pode acelerar a criação do X. Segundo o empresário, seria possível ganhar de três a cinco anos nesse processo.