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Megaoperação no Rio: mineiro ligado ao CV está entre os mortos, dizem fontes

Oriundo do Vale do Jequitinhonha, traficante é um dos 121 mortos em confrontos entre polícia e bandidos no Rio de Janeiro

Emerson Pereira Solidade, vulgo “Piter”

Um traficante mineiro está entre os mortos da megaoperação realizada nessa terça-feira (28), contra a facção Comando Vermelho (CV), nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, apontam fontes ouvidas pela Itatiaia. Trata-se de Emerson Pereira Solidade, vulgo “Piter”.

Segundo as investigações, Piter era chefe do tráfico na região da comarca de Jacinto, que abrange também os municípios de Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Jacinto e Salto da Divisa, cidades localizadas na Região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Ele teria morrido em confronto com a polícia. Seu corpo foi encontrado vestido com farda camuflada em uma área de mata anexa aos Complexos da Penha e do Alemão.

Piter era integrante do grupo PCE (Primeiro Comando de Eunápolis), que mantém vínculos com o Comando Vermelho, uma das maiores organizações criminosas do país, e alvo da megaoperação que deixou 121 mortos e 113 presos.

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Número de mortos sobe para 121

O governo do Rio de Janeiro atualizou, no início da tarde desta quarta-feira (29), o número de mortos na megaoperação realizada nessa terça: são 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi.

180 mandados de prisão

O objetivo da operação era conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará, parceiro na operação.

“A operação de ontem foi o maior baque que Comando Vermelho levou”, disse Curi. “Com perda tão grande de armas, de drogas e também de lideranças”, disse o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

Foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis. A polícia contabiliza ainda a droga apreendida e estima que sejam toneladas.

Para o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, a Operação Contenção deixou apenas oito vítimas:

“As vítimas dessa operação são quatro inocentes feridos sem gravidade e quatro policiais que infelizmente faleceram”, disse.

Na versão do secretário, as pessoas que morreram eram criminosas que optaram por não se entregar à polícia. “A alta letalidade que se verificou era previsível, mas obviamente não era desejada”, disse.

Em coletiva de imprensa, foram apresentadas imagens da ação. Segundo as autoridades, ela foi planejada, e as normas legais foram cumpridas, tais quais o uso de câmeras corporais. O conflito foi deslocado para área de mata, onde ocorreu a maior parte das mortes, para preservar a população.

Em relação às câmeras, de acordo com as autoridades, elas podem ter ficado sem bateria, por conta da duração da operação e parte das ações pode não ter sido registrada.

Corpos retirados da mata

Na madrugada e na manhã desta quarta-feira, a própria comunidade e familiares reuniram corpos retirados da mata em uma praça no Complexo da Penha.

Perguntado por que esses corpos não foram retirados pela própria polícia ou por que não foi prestado socorro a essas pessoas, o secretário de Segurança Pública afirmou que as polícias não sabiam desses corpos.

“Todos aqueles que foram retirados na madrugada ou manhã eram criminosos que sequer a polícia tinha conhecimento deles”, disse. “Muitos são baleados e entram na mata procurando ajuda”.

Sobre a possibilidade de aumento no número de mortos, Victor dos Santos disse que ainda é possível que haja mais vítimas. “Não foi consolidado ainda, pode ser que tenha aumento”, disse.

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.