A Polícia Civil (PC)
“Com o evento morte dela, toda a documentação médica foi encaminhada e foi estabelecido, claramente, um nexo causal entre as agressões sofridas e a morte. Alice chegou no hospital particular no dia 8 de novembro, faleceu no dia 9 de novembro, e o médico atestou o óbito dela e não acionou a polícia.
A polícia tomou conhecimento da morte dela no dia 10 de novembro, quando já estava acontecendo o sepultamento dela. Essas informações foram encaminhadas ao Ministério Público”, explicou a delegada.
Iara França ressaltou, ainda, que, neste caso, o laudo de necropsia é dispensável, pois já existe uma prova objetiva chamada “Laudo de ECD (Exame de Corpo de Delito) Indireto”, que estabelece o nexo causal entre as agressões e o evento morte.
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Polícia Civil pede que MP investigue possível negligência médica
Essa e outras situações resultaram em um pedido da PC para que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investigue possível negligência médica na morte de Alice.
Segundo a delegada, o órgão vai analisar o fato de Alice ter procurado atendimento médico, mas ter sido liberada. “Alice foi encaminhada no dia dos fatos para a UPA, posteriormente, no dia 26 para um hospital público e no dia 8 de novembro para um hospital particular”, lembrou Iara França.
“Alice compareceu na delegacia de crimes contra intolerância no dia 5 de novembro, ela estava acompanhada do pai. Ela foi levada ao IML, onde a médica constatou as lesões corporais que ela havia sofrido. O papel do IML é identificar as lesões sofridas”, continuou.
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O crime
As agressões ocorreram na noite de 23 de outubro, quando
Mesmo assim, dois funcionários decidiram persegui-la. Neste momento, ela foi agredida por homens que trabalhavam na pastelaria e socorrida posteriormente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada.
A investigação aponta que a vítima era conhecida no local e
Após voltar a sentir dores, foi internada em um hospital particular em Contagem, na Grande BH, no dia 26 de outubro, onde constatou costelas quebradas e lesões graves.
No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino causada pelas agressões. Alice morreu no dia seguinte, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por conta de uma infecção generalizada.
O caso ganhou repercussão nacional após
Nota do Rei do Pastel
“Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”, afirmou o estabelecimento.