Caso Alice: PCMG indicia dois funcionários do Rei do Pastel por feminicídio

Polícia Civil de Minas Gerais solicitou a prisão preventiva dos investigados, mas o pedido foi negado pela Justiça

Caso Alice: PCMG indicia dois funcionários do Rei do Pastel por feminicídio

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (4), que indiciou dois funcionários do Rei do Pastel, de 20 e 27 anos, pelo feminicídio de Alice Martins Alves.

Após a conclusão do inquérito, a PCMG solicitou a prisão preventiva dos investigados. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça de Minas Gerais, que argumentou não haver nexo causal entre as lesões pela vítima e o óbito.

A mulher trans morreu aos 33 anos. Ela foi espancada na Savassi, na Região Centro-sul de Belo Horizonte, na madrugada de 23 de outubro e faleceu em 9 de novembro por complicações dos ferimentos.

Transfobia

A delegada Iara França detalhou que o estopim para as agressões foram uma dívida de R$ 22, mas reforçou que a motivação transfóbica fez com que o espancamento fosse mais brutal. Não existem indícios da participação de outros funcionários.

“O interesse deles era, realmente, punir a Alice pela identidade de gênero dela”, afirmou Iara França.

Indiciados foram ouvidos no DHPP

Os indiciados foram ouvidos no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Eles se colocaram na cena do crime e reconheceram suas vozes nos áudios captados, mas alegaram que Alice se jogou no chão e tentou chutá-los.

Segundo a delegada, a versão apresentada pelos suspeitos foi facilmente desmentida, pois eles não tiveram lesões e estavam em superioridade numérica e de porte física.

O suspeito mais velho, de 27 anos, tem passagem pela polícia por roubo e uso de drogas.

Nota Rei do Pastel

Em nota publicada nas redes sociais no dia 14 de novembro, o Rei do Pastel se manifestou e disse estar à disposição das autoridades competentes desde o início das investigações.

“Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”, afirma o estabelecimento.

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.

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