A Polícia Civil confirmou, nesta sexta-feira (14), que
Em coletiva, a delegada do Núcleo de Feminicídio do DHPP, Iara França, informou que o caso passou a ser investigado como homicídio e feminicídio, após a morte de Alice por complicações das agressões. A delegada explicou ainda que a vítima era conhecida no local e
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Mesmo assim, dois funcionários decidiram persegui-la. Também foi revelado que Alice havia pedido um carro de aplicativo e informado ao pai que estava indo para casa, antes de sofrer as agressões. Após a morte de Alice, o
Conforme as investigações, esse
Suspeitos identificados
O chefe do departamento, delegado Thiago Machado, confirmou que
“Estamos investigando se os autores agrediram Alice de forma mais abrupta por ela ser uma mulher trans. É possível que, se fosse uma mulher cisgênero, a abordagem fosse diferente”, afirmou a delegada.
Piora no estado de saúde e morte
Segundo as investigações, no dia da agressão, Alice foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada. Em casa, ela continuou sentindo fortes dores e voltou a procurar ajuda no dia 26 de outubro, em um hospital particular de Contagem, na Grande BH. Exames apontaram costelas quebradas e outras lesões graves.
Ainda de acordo com a delegada responsável pelo caso, Alice só conseguiu registrar o Boletim de Ocorrência no dia 5 de novembro, acompanhada do pai. Ela demorou por vergonha e medo.
“Ela tinha receio dos autores e revelou esse medo no depoimento”, afirmou a delegada.
A polícia também revelou que, com o passar dos dias, o estado de saúde de Alice piorou. Ela perdeu cerca de 10 kg, teve dificuldade para se alimentar e sentia dores intensas. No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino, causada pelas agressões. Alice morreu no dia seguinte, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Investigação segue sob sigilo
O caso foi encaminhado ao Departamento de Feminicídios no dia 10 de novembro e segue sob sigilo. A PCMG informou que medidas cautelares já foram solicitadas e cumpridas, mas não detalhou quais, já que os investigados estão em liberdade.
A corporação negou a participação de um terceiro funcionário, como chegou a circular em alguns veículos de imprensa.
O
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o estabelecimento onde os dois suspeitos trabalham e aguarda retorno.
O que diz o Rei do Pastel
“Tendo em vista o crime ocorrido na Savassi que levou à morte de Alice Martins Alves, esclarecemos que desde o início das investigações, nos colocamos a disposição das autoridades competentes, auxiliando com todos os dados que nos foram solicitados.Várias versões e vertentes estão sendo divulgadas na mídia e principalmente nas redes sociais, sem as devidas apurações e efetivas comprovações. Estamos aguardando e confiantes no trabalho sério e eficiente que vem sendo executado pela polícia, com a certeza da correta apuração dos fatos e a devida culpabilidade dos envolvidos. Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza. Carregamos em nosso DNA uma cultura de bem servir com produtos de qualidade e cuidado com nossos clientes, sempre prezando por um ambiente de harmonia.”