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A delegada Iara França, do Núcleo de Feminicídio do DHPP, explicou que a vítima era conhecida no local e relatava sofrer olhares preconceituosos.
O chefe do departamento, delegado Thiago Machado, e a delegada Iara França, confirmaram que dois suspeitos já foram identificados e qualificados. Eles trabalhavam no local frequentado pela vítima. Até o momento ninguém foi preso.
A Itatiaia entrou em contato com o Rei do Pastel, estabelecimento onde os dois suspeitos trabalham mas não obteve retorno.
Entretanto, a pastelaria se manifestou através do perfil @reidopasteloficial, no Instagram.
Confira nota na íntegra
“Tendo em vista o crime ocorrido na Savassi que levou à morte de Alice Martins Alves, esclarecemos que desde o início das investigações, nos colocamos a disposição das autoridades competentes, auxiliando com todos os dados que nos foram solicitados.
Várias versões e vertentes estão sendo divulgadas na mídia e principalmente nas redes sociais, sem as devidas apurações e efetivas comprovações. Estamos aguardando e confiantes no trabalho sério e eficiente que vem sendo executado pela polícia, com a certeza da correta apuração dos fatos e a devida culpabilidade dos envolvidos.
Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza.
Carregamos em nosso DNA uma cultura de bem servir com produtos de qualidade e cuidado com nossos clientes, sempre prezando por um ambiente de harmonia.”
Investigação segue sob sigilo
No dia da agressão Alice sofreu lesões graves, incluindo costelas quebradas, ela chegou a ir para o hospital mas foi liberada. Cerca de duas semanas depois ela foi internada novamente, e não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a polícia, no dia 5 de novembro ela chegou a registrar uma ocorrência, acompanhada do pai. “A vítima relatou ter demorado a procurar a polícia por vergonha e medo, por entender que havia sido alvo de agressão por ser mulher trans”, declarou a delegada.
A Polícia Civil investiga se a violência foi agravada por transfobia. Para a corporação, “a cobrança da dívida irrisória pode ter sido apenas o estopim, mas não a motivação principal da brutalidade”.
O caso foi encaminhado ao Departamento de Feminicídios no dia 10 de novembro e segue sob sigilo. A PCMG informou que medidas cautelares já foram solicitadas e cumpridas, mas não detalhou quais, já que os investigados estão em liberdade.
A corporação negou a participação de um terceiro funcionário, como chegou a circular em alguns veículos de imprensa.
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‘Perdi minha amiga’
“Será que uma transexual não tem direito de viver em paz?”, desabafou Edson Alves Pereira,
Pai desabafa em velório da filha transexual espancada em BH: ‘Será que uma trans não tem direito de viver?’
— Itatiaia (@itatiaia) November 10, 2025
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📹 Amanda Antunes pic.twitter.com/aGJgUeRTa0
Durante o velório da filha, no dia 10 de novembro, o pai, visivelmente abalado, relembrou o dia do crime e lamentou a morte da amiga, como ele mesmo descreveu. “No dia, não quis me avisar porque eu tenho problema de pressão. Acordei umas 2h30, 3h da manhã e fui ver se ela tinha chegado. Quando abri a porta, ela disse: ‘Pai, olha o que fizeram comigo”, contou Edson, lembrando o susto ao ver a filha com tantas escoriações.
Nos dias seguintes, o quadro clínico de Alice se agravou rapidamente. Ela perdeu entre 12 e 13 quilos em duas semanas, apresentava vômitos constantes e dificuldade para se alimentar.
Edson contou que a filha sofreu preconceito durante toda a vida e que ele próprio passou por um processo de aprendizado e aceitação. “Ela dizia: ‘Pai, eu não pedi pra nascer assim, eu sou assim’. E eu fui mudando o coração. Deixei de viver a minha vida para acompanhar minha filha, fazer companhia”, disse, emocionado.