Novas imagens obtidas pela reportagem da Itatiaia nesta quarta-feira (26), mostram os hematomas pelo corpo de
Alice Martins Alves chegou a ficar internada por 18 dias após as
A polícia também revelou que, com o passar dos dias, o estado de saúde de Alice piorou. Ela perdeu cerca de 10 kg, teve dificuldade para se alimentar e sentia dores intensas. No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino, causada pelas agressões. Alice morreu um dia depois, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os dois funcionários do Rei do Pastel são os principais suspeitos de terem cometido o crime brutal. Eles já foram identificados, mas ainda não foram presos.
Câmera de segurança registrou pedido de ‘socorro’
Imagens de câmera de segurança obtidas pela Itatiaia nessa terça-feira (25) registraram o
Segundo Lauro, ele foi
“Tentaram me oprimir lá, mas ‘nós é motoboy, nós não corre do couro’, não. Podia apanhar, mas não ‘dava nada não’”, afirmou ele, antes de prestar depoimento Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil (DHPP), nessa terça.
Lauro César contou também que chegou a dizer que pagaria a conta que os agressores afirmavam que Alice não tinha quitado, no valor de R$ 22.
Caso Alice: câmera de segurança registrou pedido de 'socorro' de mulher trans espancada em BH
— Itatiaia (@itatiaia) November 25, 2025
📹 Imagens cedidas à Itatiaia pic.twitter.com/HhIfumZMmW
“Eu falei assim: ‘Qual é o motivo de vocês terem feito isso com ela?’ ‘É que roubou, agora você vai ficar coitando safada?’ Eu falei: ‘Não, quanto que é?’ Aí ele falou: ‘R$ 22, não sei o que. Você vai pagar então?’ Aí no primeiro momento eu falei que ia pagar, só que eles continuaram gritando, xingando.
Aí acabou que eu apelei com eles também e falei: ‘Oh, velho, o que vocês quiserem aí, é isso mesmo. Só não encosta mais a mão nela, olha que vocês fizeram com a moça aí, não tem nada a ver, só porque que ela fez uma parada. Por que vocês não chamam a polícia?’”, relatou ele, responsável por chamar a polícia que passava no momento das agressões.
Alice foi perseguida, intimidada e agredida por suposta dívida de R$ 22
Em coletiva, a delegada do Núcleo de Feminicídio do DHPP, Iara França, informou que o caso passou a ser investigado como homicídio e feminicídio, após a morte de Alice por complicações das agressões.
Naquele dia, Alice havia sido
Mesmo assim, dois funcionários decidiram persegui-la. Também foi revelado que Alice havia pedido um carro de aplicativo e informado ao pai que estava indo para casa, antes de sofrer as agressões.
A Itatiaia obteve acesso a um
Medo de registrar Boletim de Ocorrência
Ainda conforme a delegada responsável pelo caso, Alice só conseguiu registrar o Boletim de Ocorrência no dia 5 de novembro, acompanhada do pai.
“Ela (Alice), mediante essa vergonha, mediante o medo de não ser devidamente acolhida pelas instituições, e é um local (pastelaria) que ela já frequentava, que esses funcionários já conheciam, ela não descreve exatamente como são esses funcionários”, explicou.
Vítima de preconceito
Segundo a PC, Alice era conhecida na região onde foi assassinada e relatava sofrer olhares preconceituosos.
“Ela conhecia as pessoas ali, e ela já havia revelado que ela sentia um certo preconceito de algumas pessoas, alguns olhares maldosos, alguns olhares preconceituosos”, reveloua delegada Iara França.
Rei do Pastel se manifestou
O bar “Rei do Pastel” se manifestou nas redes sociais pela primeira vez, nesta sexta-feira (14), através do perfil @reidopasteloficial, no Instagram.
Investigação segue sob sigilo
O caso foi encaminhado ao Departamento de Feminicídios no dia 10 de novembro e segue sob sigilo. A PCMG informou que medidas cautelares já foram solicitadas e cumpridas, mas não detalhou quais, já que os investigados estão em liberdade.
A Polícia Civil lembrou que Alice passou por exame de corpo de delito em vida, no dia 5 de novembro, e a perícia confirmou que a morte foi causada diretamente pelas agressões.