O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deve investigar possível negligência médica na
De acordo com a delegada, o órgão vai analisar o fato de Alice ter procurado atendimento médico, mas ter sido liberada. “Alice foi encaminhada no dia dos fatos para a UPA, posteriormente, no dia 26 para um hospital particular e no dia 8 de novembro para um hospital particular”, lembrou Iara França.
“Alice compareceu na delegacia de crimes contra intolerância no dia 5 de novembro, ela estava acompanhada do pai. Ela foi levada ao IML, onde a médica constatou as lesões corporais que ela havia sofrido. O papel do IML é identificar as lesões sofridas”, continuou.
Alice foi agredida na noite de 23 de outubro, quando foi acusada pelos autores de ter deixado a pastelaria sem pagar uma conta de R$ 22. Após a agressão, ela foi socorrida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada.
Caso Alice: PCMG indicia dois funcionários do Rei do Pastel por feminicídio Caso Alice: ‘Dívida de R$ 22 foi estopim, mas motivação é transfóbica’, diz delegada Caso Alice: ‘Ela só não morreu no dia 23 porque testemunha impediu’, afirma delegada
Após voltar a sentir dores, foi internada em um hospital particular em Contagem, na Grande BH, no dia 26 de outubro, onde constatou costelas quebradas e lesões graves. No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino, causada pelas agressões.
Alice morreu no dia seguinte, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por conta de uma infecção generalizada. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o médico que atestou o óbito da mulher não acionou a Polícia.
“A Polícia soube do caso dia 10 de novembro, com o sepultamento. Nesse caso, tinha laudo de corpo de delito em direto, o que não torna necessário a necropsia”, explicou Iara França.
Suspeitos foram indiciados, mas não foram presos
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, em
Após a conclusão do inquérito, a PCMG solicitou a prisão preventiva dos investigados. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça de Minas Gerais, que argumentou não haver nexo causal entre as lesões pela vítima e o óbito.
Nota Rei do Pastel
Em nota publicada nas redes sociais no dia 14 de novembro, o Rei do Pastel se manifestou e disse estar à disposição das autoridades competentes desde o início das investigações.
“Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”, afirma o estabelecimento.