A Polícia Civil revelou, em
“Sabemos, por todos os elementos coletados, que eles empreenderam uma força física mais bruta, superior, por acreditarem que Alice era um homem e que um homem, teoricamente, ‘aguenta mais porrada’, como eles disseram, que uma mulher. Então, sabemos que essa força física colocada contra a Alice também foi um fato transfóbico”, apontou a delegada.
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Mesmo com os indícios, França contou que os suspeitos negaram ser transfóbicos, alegando que 80% dos clientes do Rei do Pastel são LGBTs. Porém, gravações mostraram que eles se referiram a Alice utilizando pronomes masculinos.
“Nas próprias gravações dos áudios captados no ambiente, nós percebemos que um deles, que é a pessoa que comanda as agressões, se refere a Alice em três ou mais ocasiões como ‘ele’. E também, quando o motociclista se aproxima, ele se refere a Alice como um homem e fala ‘ladrão, safado’, ‘você não vai defender esse safado’, diversas injúrias. Ele mesmo se dirige a Alice como se homem ela fosse”, explicou Iara França.
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O crime
As agressões aconteceram na noite de 23 de outubro, quando
Mesmo assim, dois funcionários decidiram persegui-la. Neste momento, ela foi agredida por homens que trabalhavam na pastelaria, e socorrida posteriormente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada.
A investigação aponta que a vítima era conhecida no local e
Após voltar a sentir dores, foi internada em um hospital particular em Contagem, na Grande BH, no dia 26 de outubro, onde constatou costelas quebradas e lesões graves.
No dia 8 de novembro, uma nova internação identificou uma perfuração no intestino, causada pelas agressões. Alice morreu no dia seguinte, em um hospital particular de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por conta de uma infecção generalizada.
O caso ganhou repercussão nacional após
Nota Rei do Pastel
“Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”, afirmou o estabelecimento.