Um erro médico ‘gravíssimo’, segundo a família de Geraldo Vaz Júnior, de 57 anos, mudou completamente o rumo de suas vidas. Em entrevista à Itatiaia, Maria Helena Vaz, esposa do paciente, explicou que ele foi submetido
De acordo com Maria Helena, a família aguardava o
Em março de 2024, exames confirmaram a
“Ou seja, o câncer não era dele, veio do órgão transplantado. O fígado estava contaminado”, relatou Maria Helena. Ela acrescenta que, conforme a legislação brasileira, órgãos com neoplasia metastática devem ser descartados, o que, se confirmado, configura uma violação grave dos protocolos de transplante.
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Após o diagnóstico, Geraldo passou por um segundo transplante, em 2 de maio de 2024, mas o corpo rejeitou o novo órgão. Desde então, ele faz tratamento oncológico contínuo, sem perspectiva de cura. “A vida dele se resume hoje a quimioterapias, dores e limitações físicas. Eu deixei meu trabalho e meus estudos para cuidar dele em tempo integral”, lamenta a esposa.
Silêncio e busca por respostas
“Nada foi explicado. Tudo que conseguimos (exames, reuniões, acompanhamento) foi por esforço próprio. O hospital nunca nos procurou para esclarecer o que aconteceu”, denuncia Maria Helena.
Ela e o marido decidiram tornar o caso público “não apenas pela dor pessoal, mas para evitar que outros passem pelo mesmo”. O casal pede atuação dos órgãos de controle, como o Ministério Público, a Anvisa, o Cremesp e o Ministério da Saúde.
“O silêncio institucional não pode ser resposta. Mesmo as instituições mais prestigiadas não estão acima da lei. Queremos justiça, dignidade e responsabilidade”, disse Maria Helena.
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O que diz o Ministério da Saúde
Em nota à Itatiaia, o Ministério da Saúde informou que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) segue protocolos rigorosos de segurança e eficácia, e que o Brasil é considerado referência mundial nesse tipo de procedimento.
A pasta afirmou que, no caso específico, “não foram identificados ou apresentados indícios de qualquer problema de saúde nos exames realizados no doador, incluindo a inspeção nos órgãos e abdômen, análise do histórico médico e entrevista com a família. Todas as normas e parâmetros internacionais foram cumpridos.”
O ministério também comunicou que determinou o acompanhamento de saúde do paciente e está monitorando o caso junto à Central Estadual de Transplantes e ao hospital responsável. Ainda segundo a nota, “os exames não são conclusivos sobre a relação causal, que exige uma análise minuciosa.”
O órgão informou ainda que todas as informações do caso estão sendo compartilhadas com a vigilância sanitária local, responsável pela apuração.
Hospital Albert Einstein
A reportagem entrou em contato com o Hospital Israelita Albert Einstein para solicitar posicionamento sobre as alegações da família, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.