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Morre Preta Gil: câncer colorretal é o segundo mais comum no Brasil

Entre os homens, o câncer colorretal perde apenas para o câncer de próstata, enquanto entre as mulheres, ele perde apenas para o câncer de mama

A cantora Preta Gil enfrentou um longo tratamento contra o câncer

A cantora Preta Gil morreu neste domingo (20), após dois anos de luta contra um câncer colorretal. A doença que acometeu a artista - e causou metástases no corpo - é, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo mais comum entre homens e mulheres.

Entre os homens, o câncer colorretal perde apenas para o câncer de próstata, com 9,2% dos casos registrados em 2023, o que representa 21.970 casos. Já entre as mulheres, ele perde apenas para o câncer de mama, com 9,7% dos casos registrados em 2023, o que equivale a 23.660 novos casos naquele ano.

Ainda conforme dados do INCA, ele é o terceiro mais mortal entre homens e mulheres. Próstata e Mama são os líderes entre homens e mulheres, respectivamente, e Traqueia, Brônquios e Pulmões estão em segundo lugar entre os dois sexos.

Segundo o médico oncologista Henrique de Lins e Horta, o câncer colorretal começa como um pólipo (uma pequena verruga) dentro do intestino e vai crescendo. Ele é perigoso por ser silencioso e com sintomas inespecíficos.

Entre os sintomas, estão: alteração do hábito intestinal, anemia, dificuldade para evacuar, fezes finas, dor ao evacuar e sangue nas fezes. Ele pode causar metástases em outros órgãos, como fígado, pulmão e também nos ossos.

Para rastrear, segundo o médico, o primeiro exame a ser feito é o de sangue oculto nas fezes. Posteriormente, são indicadas a colonoscopia e a retossigmoidoscopia, podendo, inclusive, dependendo do tamanho do tumor, retirá-lo já no exame. Antes, o ideal era iniciar o rastreamento do câncer colorretal aos 50 anos de idade, mas, devido ao aumento da doença entre pessoas mais jovens, o indicado é começar aos 45 anos.

Hábitos podem aumentar a chance de câncer colorretal

Entre as principais causas do câncer colorretal estão os hábitos de vida. Ter uma dieta pobre em verduras, frutas e fibras e rica em alimentos ultraprocessados e carne vermelha podem aumentar a chance do câncer.

A obesidade, sedentarismo, tabagismo e uso frequente de bebidas alcoólicas também podem aumentar a chance de desenvolver a doença, além do histórico familiar.

Tratamento variável

O tratamento varia conforme o paciente, o estágio da doença, entre outros fatores. Cirurgia e quimioterapia são alguns dos possíveis tratamentos, além da combinação entre eles.

Exemplo

Preta nunca escondeu o diagnóstico e seu tratamento contra o câncer. Pelo contrário, ela usou a plataforma que tinha para informar sobre o câncer colorretal e falou sobre tabus como o uso de bolsa de colostomia. Isso, para o especialista, foi uma boa atitude que a cantora teve.

“Esse caso da Preta Gil, algo que ela trouxe de bem para sociedade, é que, de certa forma, toda a sociedade ficou mais conscientizada com o câncer colorretal. E como mensagem final eu quero trazer que o câncer colorretal ele é um câncer que ele é perfeitamente prevenível. Você consegue através de adoção de hábitos de vida saudáveis prevenir o desenvolvimento daquele câncer, ao mesmo tempo que realizando exames de rastreamento, exames regulares de rotina com os seus médicos, a gente consegue, em grande parte, diagnosticá-los ainda num estágio mais precoce, no qual nossas opções de tratamento estão relacionadas a uma alta taxa de cura, de cura dessa doença que, infelizmente, tem a cometido muitas pessoas, não só aqui no Brasil, mas no mundo todo”, finalizou.

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Morte de Preta Gil

A cantora Preta Gil morreu aos 50 anos nesse domingo (20), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ela foi diagnosticada com câncer de intestino em janeiro de 2023.

Em 11 de dezembro daquele ano, ela relatou que estava em remissão da doença, que acabou tendo recidiva em 22 de agosto de 2024.

A doença voltou mais agressiva, sendo em quatro lugares. Preta relatou ter dois linfonodos, metástase no peritônio e um nódulo no ureter.

Em junho deste ano, Preta Gil se mudou para Nova Iorque em busca da cura, visto que no Brasil já havia feito tudo o que podia.

“A quimioterapia que eu fiz lá no Brasil não foi tão eficaz como os médicos esperavam e eu também. Então a gente tem que buscar alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes, ensaios ainda publicados ou não publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil”, disse em dezembro do ano passado, nas redes sociais.

A cantora estava a caminho do Brasil quando passou mal em uma ambulância que a levava ao aeroporto de Nova Iorque. Durante o trajeto, ela utilizava uma UTI aérea, se sentiu mal durante uma sessão de quimioterapia no qual fazia e precisou voltar para casa, onde morreu.

Esse era o último pedido de Preta, segundo amigos, após descobrir que o câncer havia se espalhado.

Na noite de ontem, a assessoria da cantora comunicou a morte dela pelas redes sociais. "É com imensa dor e profundo pesar que comunicamos o falecimento da nossa amada Preta Gil. Preta foi uma mulher transgressora, sempre à frente do seu tempo. Quebrou paradigmas, provocou reflexões e iluminou caminhos com sua coragem. Uma mulher empoderada, que foi e continuará sendo luz para inúmeras outras mulheres. Pretinha era justa, honesta, generosa. Uma mãe e avó dedicada, uma guerreira incansável que inspirou e seguirá inspirando milhares de pessoas”, iniciou.

“Sabemos o quanto sua luta foi dura, e o quanto ela desejava viver. Ela não desistiu nem por um instante. É esse amor pela vida, essa história de força e resiliência, que permanecerá eternamente em nossos corações. Te amamos, Preta”, encerra o comunicado.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.