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Contra o Greening, SP faz força-tarefa e inspeciona três milhões de plantas

A ação emitiu 48 notificações para que os produtores melhorem o manejo e o controle do inseto vetor a fim de reduzir a incidência do mesmo nos pomares

A doença que atinge as lavouras não tem cura

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA) criou uma força-tarefa para conter o avanço do Greening - principal bactéria que afeta as plantações de laranja, limão e mexerica - em novas áreas do estado.

Sete equipes percorreram, entre os dias 10 e 21, as regionais de Avaré, Itapeva e Mogi Mirim e realizaram a inspeção de 3.370.627 plantas em pomares de 48 propriedades.

‘Dando sequência às ações de combate ao Greening, demos início aos trabalhos em 2025 em propriedades de regionais em que mais percebemos a ausência da entrega do relatório semestral Cancro/Greening que teve seu prazo encerrado no último dia 15 de janeiro’, comenta Danilo Romão, gerente do Programa Estadual de Pragas Quarentenárias Presentes (PEPQP).

‘Desta forma, aproveitamos a conferência da documentação relacionada aos pomares junto aos produtores e realizamos a inspeção nas plantas, ação que visa identificar plantas sintomáticas não erradicadas em pomares com menos de 8 anos, além de identificar ninfas do psílidio, inseto vetor da doença’, acrescenta o gerente.

A ação emitiu 48 notificações e a partir destas, os produtores possuem um prazo para melhorar o manejo e o controle do inseto vetor a fim de reduzir a incidência do mesmo nos pomares, diminuindo assim, a transmissão da doença.

A doença que atinge as lavouras não tem cura e já foi responsável pela erradicação de mais de 1 milhão de plantas contaminadas em propriedades mineiras desde 2017, principalmente nos cultivos de tangerina.

‘São ações e medidas que têm como objetivo manter a sanidade do parque citrícola paulista e manter São Paulo como o maior polo de produção do fruto no país’, reforça Danilo.

No estado de Minas Gerais, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) também criou uma uma força-tarefa.

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O que é Greening?

O Greening, inicialmente chamado de “doença do ramo amarelo”, e posteriomente huanglonbing (HBL), ‘doença do dragão amarelo’, é considerada a doença dos citros - laranja, tangerina e limão - mais grave, em função da dificuldade de controle, da rápida disseminação e por ser altamente destrutiva.

O primeiro relato da doença foi feito da China, em 1919, espalhando-se daí para países da África e Oceania. No início do século 21, foi detectada no continente americano, exatamente nos dois países e estados maiores produtores de citros: os Estados Unidos (Flórida) e o Brasil (São Paulo) onde foi relatada em Araraquara em 2004, estando hoje em mais de 100 municípios produtores.

O Greening é transmitido por um vetor, um psilídeo - inseto espécie de mini-cigarra de cerca de três milímetros. A bactéria ataca os vasos principais da planta e, por isso, se distribui muito rápido. Assim, a poda não é suficiente para que o vegetal sobreviva.

Os sintomas surgem com mais rapidez na tangerina. Mas também há prejuízos severos nas lavouras de limão e laranja.

Nas lavouras onde é detectada a doença, é obrigatório eliminar as plantas que testaram positivo em amostras enviadas a laboratórios credenciados pelo Estado. O processo precisa ser realizado com a presença de representantes de órgãos de defesa vegetal.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde