O setor agropecuário brasileiro apresentou uma leve deflação no mês de novembro. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) registrou uma queda de 0,71% em comparação a outubro.
O principal responsável por puxar o índice para baixo foi o grupo de hortifrutigranjeiros, que sofreu uma forte retração de 21,62%. Esse recuo compensou as altas observadas nos setores de grãos e pecuária.
Desempenho por setores
Enquanto o setor de hortifruti caiu, outros segmentos mantiveram a tendência de alta ou sofreram variações leves:
- Grãos (IPPA-Grãos): alta de 1,62%.
- Pecuária (IPPA-Pecuária): alta de 0,2%.
- Cana e café (IPPA-Cana-Café): queda de 1,88%.
- Setor industrial (IPA-OG-DI): queda de 0,18%.
O desempenho dos preços agropecuários no mês foi ligeiramente inferior ao dos valores industriais, indicando uma acomodação temporária nos custos ao produtor no campo.
Cenário internacional e câmbio
No mercado externo, o cenário também foi de descompressão. Os preços internacionais dos alimentos, quando medidos em dólares, recuaram 1,2%. Somado a isso, a desvalorização de 0,83% na taxa de câmbio potencializou a queda para o mercado brasileiro: em reais, os alimentos no exterior ficaram 2,02% mais baratos em novembro.
Balanço do ano
Apesar da baixa mensal, o acumulado de 2025 revela uma realidade de custos elevados para o consumidor e valorização para o produtor. O IPPA/CEPEA acumula uma alta de 10,2% no ano.
| Grupo de produto | Variação acumulada no ano |
| Cana e Café | + 20,71% |
| Pecuária | + 17,31% |
| Grãos | + 2,7% |
| Hortifrutis | - 14,41% |
Os avanços na pecuária e no setor de cana e café são os grandes protagonistas da inflação do campo neste ano, superando o índice geral da indústria (IPA-OG-DI), que acumula elevação de 3,11%.
Mesmo com a queda de 1,66% nos preços internacionais em dólar ao longo do ano, a dinâmica cambial e outros fatores de mercado fizeram com que, em moeda nacional, os alimentos importados acumulassem alta de 3,57%.
