O setor de piscicultura no Brasil encerra 2025 com intensas transformações. Entre a abundância de oferta, tensões geopolíticas e vitórias legislativas, a cadeia produtiva precisou demonstrar resiliência para equilibrar a balança comercial e o mercado interno.
Segundo Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o ano foi definido por contrastes marcantes, divididos entre a pressão nos preços e a fidelização de novos consumidores.
Ciclo dos preços: do excedente à recuperação
O mercado de peixes de cultivo operou em duas velocidades distintas ao longo do ano. No primeiro semestre foi marcado por uma oferta elevada, o que gerou uma queda nos preços pagos ao produtor e forçou indústrias a reduzirem valores no atacado e no food service.
Já no segundo semestre, o cenário se inverteu com a retomada da demanda. O último trimestre registrou uma recuperação nos preços ao produtor, embora a indústria tenha enfrentado dificuldades para repassar esses custos ao consumidor final de forma imediata.
“O período de preços baixos trouxe novos consumidores que se fidelizaram. Hoje, pela saudabilidade, eles preferem o peixe de cultivo, especialmente a tilápia”, destacou Medeiros.
“Tarifaço” dos EUA e o mercado externo
Um dos grandes obstáculos de 2025 foi a
Segundo a associação, a necessidade de escoar o excedente exportável para o mercado interno exigiu ajustes logísticos e comerciais rápidos para evitar prejuízos maiores no fluxo de caixa das empresas afetadas.
Tilápia: Vietnã e lista de espécies invasoras
O setor também travou batalhas em frentes regulatórias e comerciais. A Peixe BR criticou duramente a
Além do desafio com o Vietnã, a
Vitória estratégica: reforma tributária
Apesar das turbulências, o setor celebra uma conquista histórica: a inclusão dos peixes de cultivo na Cesta Básica Nacional dentro da reforma tributária.
Para a Peixe BR, “este é o maior ganho estratégico do ano, garantindo que o pescado brasileiro permaneça competitivo e acessível na mesa da população, consolidando a piscicultura como um pilar da segurança alimentar no país”.