Produtores rurais precisam adequar emissão de notas ao novo modelo a partir de 2026

Novo sistema trazido pela reforma tributária começa a ser cobrado pelo Fisco em 1º de janeiro

Durante o ano de 2026, os produtores entrarão em um período de transição

A partir de 1º de janeiro de 2026, haverá a mudança no modelo de tributação sobre consumo. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), até o final de dezembro deste ano, os produtores que utilizam sistemas próprios para emissão de notas fiscais eletrônicas devem solicitar atualização para o novo padrão, definido pela Receita Federal.

O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, explicou que os produtores rurais que possuem sistemas de emissão de notas fiscais poderão ter problemas a partir de 1º de janeiro de 2026 caso não fizerem a adequação exigida.

Conchon ressaltou que a mudança, prevista na Reforma Tributária, traz segurança jurídica para o produtor, com a criação de uma legislação unificada, por meio de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), amplamente utilizado em diversos países.

“No caso do Brasil, serão criados os novos tributos: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirão gradativamente os tributos atuais”, explicou.

Período de transição

O coordenador da CNA explicou que, durante o ano de 2026, os produtores entrarão em um período de transição, com emissão de notas no novo modelo e aplicação de uma alíquota-teste de 1%, sem impacto no pagamento destes tributos.

“Esse processo vai permitir que os órgãos competentes calibrem as alíquotas reais ao longo do ano, a partir da emissão do documento fiscal com o destaque de 1%”, continuou.

Conchon orientou que, para os produtores garantirem uma adaptação tranquila, é necessário que façam a transição de forma gradual e planejada, envolvendo áreas como contabilidade, jurídico, financeiro, comercial, recursos humanos e tecnologia da informação.

Benefícios para todos

Além dos benefícios para o produtor, Renato Conchon enfatizou o impacto positivo da reforma para a sociedade, onde o consumidor final terá acesso a alimentos sem a incidência de tributos cumulativos.

O coordenador lembrou, ainda, dos principais ganhos para o agro na reforma, como a redução de 60% nas alíquotas, a possibilidade de regime opcional para produtores com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, a não incidência do imposto seletivo sobre produtos agropecuários e o tratamento diferenciado para cooperativas e biocombustíveis.

Para orientações extras sobre o novo modelo tributário, o produtor rural pode acessar a página especial criada pela CNA com matérias, vídeos e perguntas e respostas sobre o tema.

Leia também

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

Ouvindo...