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O dispositivo funciona a partir do aquecimento de um líquido que contém nicotina e outras substâncias químicas. Embora muitos acreditem que o vape seja uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, pesquisas indicam que ele também provoca efeitos nocivos na boca, como acúmulo de placa, mau hálito e até o enfraquecimento do esmalte dental.
De acordo com a revista científica Toxics, os efeitos do vape vão além da cavidade bucal. O aerosol produzido contém compostos que podem causar inflamação, prejuízos cardiovasculares e até risco de doenças respiratórias e câncer. A nicotina, por exemplo, reduz o fluxo sanguíneo nas gengivas, dificultando o tratamento de infecções e favorecendo a retração gengival.
Uma revisão feita pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, observou que usuários de cigarros eletrônicos apresentaram níveis mais altos de placa bacteriana e um risco maior de cáries do que pessoas que não fumavam nem vaporizavam. O líquido usado nesses dispositivos, com sabores doces e substâncias como propilenoglicol, pode reduzir a produção de saliva e facilitar o crescimento de bactérias na boca.
Autoridades de saúde reforçam que o vape não deve ser visto como uma opção recreativa. Segundo o diretor Médico do Reino Unido, Chris Whitty, ele pode ser uma alternativa para quem tenta parar de fumar, mas não deve ser usado por quem nunca teve contato com o cigarro.