O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou uma nova polêmica nessa semana ao
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades persistentes na comunicação social e pela presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
“Ele recebe o nome de “espectro” porque pode se manifestar de formas muito variadas, desde quadros leves, em que a pessoa apresenta apenas dificuldades sutis, até apresentações mais intensas, que exigem maior suporte no dia a dia”, explicou a psiquiatra da infância e adolescência Jaqueline Bifano, especialista na condição.
De acordo com a psiquiatra, o autismo não tem uma única causa, uma vez que trata-se de uma condição multifatorial, em que fatores genéticos desempenham papel central. Estudos apontam que há uma forte influência genética.
Por que Trump fez a relação entre autismo e paracetamol?
Segundo a especialista, alguns estudos recentes levantaram a hipótese de que o uso frequente e em altas doses do remédio está associada a um risco aumentado de alterações no neurodesenvolvimento da criança. Esses dados, porém, não são considerados conclusivos pela comunidade científica.
“Até o momento, não existe comprovação científica de que o uso de paracetamol durante a gravidez cause autismo. O que temos são estudos observacionais que sugerem uma possível associação entre uso prolongado do medicamento e maior risco de alterações do desenvolvimento neurológico, incluindo sintomas relacionados ao TEA e ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Porém, associação não significa causa. Esses estudos estão sujeitos a limitações, como a influência de outros fatores que podem não ter sido controlados”, explicou a especialista.
O paracetamol, segundo a ginecologista e obstetra Gisele Maciel, é um medicamento utilizado como analgésico para tratar dores leves a moderadas e também como antitérmico. Ele é considerado seguro durante a gestação desde que seja usado em doses adequadas e períodos curtos.
“Comparado aos anti-inflamatórios, o paracetamol apresenta menor risco de complicações tanto para o feto, como o fechamento precoce do ducto arterioso, quanto para a gestante”, explicou a especialista.
Quais remédios devem ser evitadas por gestantes?
De acordo com a ginecologista, vários medicamentos apresentam riscos comprovados às gestantes, como:
- anti-inflamatórios não esteroides, principalmente no terceiro trimestre, pelo risco de alterações cardíacas e renais no feto;
- ácido acetilsalicílico em altas doses, exceto quando usado em baixas doses para prevenção de pré-eclâmpsia;
- antibióticos como tetraciclinas e quinolonas, que prejudicam ossos e dentes;
- benzodiazepínicos e alguns antidepressivos, que podem causar malformações ou abstinência neonatal;
- isotretinoína e derivados da vitamina A, que têm risco altíssimo de malformações graves, sendo contraindicados de forma absoluta na gestação.