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OMS nega ligação entre paracetamol e o autismo após declaração de Trump

Órgão também falou sobre a eficácia das vacinas, que foi negada pelo norte-americano

Organização Mundial da Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nesta terça-feira (23), que não há ligação comprovada de que o paracetamol ou as vacinas provoquem autismo. A declaração ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer o contrário.

O presidente norte-americano afirmou, nesta segunda-feira (22), no Salão Oval, em Washington D.C., que as mulheres devem limitar o uso de Tylenol (cujo princípio ativo é o paracetamol) durante a gravidez, a menos que seja “clinicamente necessário”.

Trump estava acompanhado do Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr.; o comissário da FDA, Dr. Marty Makary; o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, Dr. Jay Bhattacharya; e o administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid, Dr. Mehmet Oz, no momento da declaração.

Além de ter falado sobre o Tylenol, Trump negou a eficácia das vacinas, o que foi negado pela OMS.

“Alguns estudos observacionais sugeriram uma possível associação entre a exposição pré-natal ao paracetamol e o autismo, mas as evidências permanecem inconsistentes”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em coletiva de imprensa quando questionado sobre as declarações de Trump.

“Vários estudos não estabeleceram tal relação”, acrescentou, pedindo “cautela antes de concluir que existe uma relação causal” entre paracetamol e autismo.

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Paracetamol e acetaminofeno são recomendados para gestantes para aliviar dores ou febre. Outros medicamentos, como aspirina ou ibuprofeno, são contraindicados, especialmente no final da gravidez.

Trump também falou sobre vacinas, pedindo mudanças no calendário de vacinação infantil e afirmando que pessoas que não se vacinaram ou não tomam remédicos não tinham autismo. A OMS também negou essa afirmação.

“Vacinas salvam vidas, sabemos disso. Vacinas não causam autismo”, disse o porta-voz.

“Quando os calendários de vacinação são adiados, alterados ou modificados sem verificação das evidências, o risco de infecção aumenta significativamente, não apenas para as crianças, mas também para toda a comunidade”, acrescentou.

O que é o autismo?

O autismo não é uma doença, mas uma condição do desenvolvimento neurológico chamada transtorno do espectro autista (TEA). Ele pode se manifestar de formas diferentes em cada pessoa.

*Com AFP

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.
Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas