A causa do autismo está entre as dúvidas mais recorrentes sobre o tema, afinal, o que leva um indivíduo a desenvolver o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Há muitos anos a ciência tenta achar uma resposta para essas perguntas, e o que temos de mais correto hoje é: o Transtorno do Espectro Autista é causado, principalmente, pela junção de fatores genéticos e ambientais. Mas, antes de entrarmos neste ponto, é importante revisarmos o que é o autismo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada cem crianças é afetada pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a neuropsicologista, Marta Bonfim, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. “A OMS define o autismo como uma síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo e transtorno global do desenvolvimento que está na categoria de Transtorno do Espectro do Autista. As manifestações são percebidas nos primeiros dois anos de vida”, explica.
Ainda conforme o Ministério da Saúde, o Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição que afeta a forma como as pessoas se comportam e se comunicam. A palavra “Autismo” apareceu pela primeira vez em 1911, quando um médico a usou para descrever certos sintomas. Na década de 1940, dois médicos, Dr. Leo Kanner e Hans Asperger, auxiliaram a entendê-lo melhor.
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O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal. Entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o mundo. Frequentemente, a doença aparece na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, se manifesta nos primeiros 5 anos de vida.
A especialista detalha alguns sinais que podem auxiliar no diagnóstico do TEA.
Segundo a pasta, o quadro clínico do autismo e os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:
Autismo clássico: acontece quando o grau de comprometimento pode variar; de maneira geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender coisas simples, eles apresentam dificuldade de compreensão e apreendem apenas o sentido exato das palavras, não compreendendo o duplo sentido ou as comparações.
Nas formas mais graves, os pacientes não demonstram qualquer contato interpessoal. Nesses casos são crianças isoladas, que não aprendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, repetem movimentos sem muito significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante.
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Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger): esses portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São falantes e chegam a ser confundidos com gênios, porque são invencíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar uma vida próxima à normal.
Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): os indivíduos são considerados dentro do espectro do autismo, com dificuldade de comunicação e de interação social, mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, tornando o diagnóstico muito mais difícil.
A importância do diagnóstico precoce é para proporcionar as intervenções necessárias para o tratamento, ajudar a melhorar as habilidades sociais e estimular o desenvolvimento. O tratamento é multidisciplinar com acompanhamento de fonoaudiologia, psicoterapia, terapia ocupacional e psicomotricidade.
É importante lembrar que existe a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, criada em 2012. Também conhecida como Lei Berenice Piana, a política garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Autismo tem cura?
Embora ainda não tenha cura, o TEA pode ser tratado de inúmeras formas. Assim, o paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado, que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe de diferentes profissionais. Vale destacar, que nenhuma criança com TEA pode ser discriminada em função de suas dificuldades ou impedida de frequentar qualquer lugar público.
Mês de Conscientização do Autismo
O mês de abril é considerado o Mês de Conscientização do autismo em todo o país. O 2 de maio, é considera o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, e foi estabelecido em 2007 pelas Nações Unidas e, desde então, vem sendo celebrado como forma de aumentar a conscientização relacionada a todos os aspectos do transtorno do espectro do autismo (TEA).
Símbolo do Autismo.
Representando mistério e complexidade, em 1999 foi adotada a fita com peças de quebra-cabeça coloridas como sinal universal de conscientização sobre o autismo. As diferentes cores representam a diversidade de pessoas e famílias que convivem com o TEA e as cores fortes representam a esperança em relação aos tratamentos e ao acolhimento dessas pessoas pela sociedade em geral.