Com as impressoras 3D, é possível produzir próteses, coroas, guias cirúrgicos e modelos anatômicos personalizados em poucas horas, com alto nível de precisão e menor custo. O avanço tem tornado os tratamentos mais rápidos e confortáveis para os pacientes.
Apesar dos benefícios, o uso da impressão 3D na área odontológica exige cuidados. Especialistas alertam para a necessidade de materiais biocompatíveis e seguros, já que peças inadequadas podem causar alergias, inflamações ou comprometer o tratamento.
Ao Jornal da USP, a química e professora Elaine Yoshiko Matsubara, do Departamento de Biomateriais e Biologia Oral da Faculdade de Odontologia da USP, explicou que a impressão 3D chegou à odontologia no fim dos anos 1980. Segundo ela, a tecnologia só começou a se expandir nos anos 2000, com o desenvolvimento dos scanners intraorais e o fim das patentes das principais técnicas de impressão, o que reduziu o preço dos equipamentos.
Elaine lembra que a popularização nos consultórios ocorreu há cerca de dez anos, com o surgimento de impressoras mais precisas e resinas específicas para uso odontológico.
Capacitação de profissionais e custo-benefício
Outra preocupação é a capacitação dos profissionais. Sem treinamento adequado, há risco de falhas técnicas e imprecisão nas peças. O mau uso de resinas e plásticos inadequados também pode trazer danos ao paciente.
A especialista afirma que o custo-benefício das impressoras 3D é vantajoso, especialmente pela agilidade e precisão. Ela destaca ainda que a tecnologia já está presente no Sistema Único de Saúde (SUS), pela eficiência e pelo baixo custo operacional.
Importância da regulamentação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamenta tanto as impressoras quanto os materiais utilizados, garantindo segurança química, tóxica e microbiológica. O Conselho Federal de Odontologia (CFO) também define normas para o uso da tecnologia em consultórios e laboratórios.
A recomendação é clara, o avanço da impressão 3D é positivo, mas precisa vir acompanhado de regulamentação, fiscalização e formação continuada.
(Sob supervisão de Lucas Borges)