O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de
Lesões na pele
O CBC é um câncer de pele não melanoma que se origina nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme, responsáveis pela renovação da pele. Ele se desenvolve principalmente em áreas expostas ao sol por longos períodos, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
Por crescer lentamente, raramente representa risco de vida, mas é importante tratar a lesão para evitar danos aos tecidos próximos, especialmente em regiões visíveis como o rosto, que podem gerar complicações estéticas e funcionais.
Segundo Carolina Cardoso, formada em Medicina pela UFMG e oncologista, o CBC geralmente aparece como uma pequena ferida que não cicatriza ou uma nodulação perolácea ou transparente na qual é possível observar vasos sanguíneos. “São lesões que podem sangrar e que não cicatrizam por semanas ou meses. É importante estar atento a qualquer lesão que surja na pele e não cicatrize”, alerta a especialista.
Causas e fatores de risco
A principal causa do carcinoma basocelular é a exposição cumulativa à radiação ultravioleta (UV), seja do sol ou de fontes artificiais, como câmaras de bronzeamento, que podem danificar o DNA das células e gerar crescimento descontrolado.
Outros fatores de risco incluem:
- Pele clara, cabelos loiros ou ruivos e olhos claros;
- Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele;
- Idade avançada;
- Sistema imunológico enfraquecido;
- Exposição a produtos químicos como arsênico ou radiação ionizante.
Segundo Cardoso, a exposição solar intensa e crônica continua sendo o principal fator de risco para o CBC.
Sinais de alerta
É importante ficar atento a novas lesões na pele ou alterações em lesões já existentes, por exemplo:
- Mancha ou placa avermelhada, plana e escamosa;
- Ferida que não cicatriza, sangra, forma crostas e reaparece;
- Lesão semelhante a cicatriz, esbranquiçada, amarelada ou cerosa, com bordas pouco definidas;
- Lesão pigmentada escura, que pode ser confundida com melanoma.
A especialista também alerta para mudanças em manchas antigas ou feridas que cicatrizam e voltam a abrir. Pacientes com histórico familiar de câncer de pele devem redobrar a atenção.
Diagnóstico profissional
O diagnóstico é feito por um dermatologista, que examina a pele e pode usar um dermatoscópio para avaliar a lesão. A confirmação é obtida por biópsia, na qual uma pequena amostra é enviada ao laboratório para análise histopatológica.
Medidas gerais de prevenção
Prevenir é o método mais eficaz contra o CBC. Algumas recomendações:
- Evitar exposição solar direta, especialmente entre 10h e 16h;
- Usar protetor solar de amplo espectro (FPS 30 ou superior), reaplicando a cada duas horas ou após banho ou suor intenso;
- Usar barreiras físicas: chapéus, óculos de sol, camisetas de manga longa e calças;
- Realizar autoexame mensal da pele para identificar alterações rapidamente;
- Consultar dermatologista regularmente, especialmente se houver fatores de risco.
Tratamento
O tratamento principal para o CBC continua sendo cirúrgico. Cardoso destaca que técnicas cirúrgicas modernas permitem controle das margens durante o procedimento, tornando as cirurgias menos invasivas e mais eficientes.
Em casos de doença avançada, há tratamentos aprovados pela Anvisa, como uma medicação oral que atua na multiplicação celular do CBC, e a imunoterapia intravenosa, que podem controlar e até regredir a doença.
No entanto, as maiores chances de cura ainda ocorrem quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais.
(Sob supervisão de Marina Dias)