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Câncer de pâncreas: mudança na pele pode ser um dos primeiros sinais

Especialista alerta para o aparecimento de icterícia, condição que pode indicar precocemente um dos tipos de câncer mais agressivos e difíceis de detectar

A dor de estômago e indigestão frequente também são outro sinais que podem estar associadas ao câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas tem apresentado crescimento preocupante nos últimos anos. Entre 2010 e 2023, a taxa de incidência aumentou anualmente em 1,6% entre os homens e 2,1% entre as mulheres. O Radar do Câncer estima que, em 2025, devem ser registrados mais de 10 mil novos casos no Brasil.

Recentemente, a doença ganhou destaque por ter sido diagnosticada no músico Tony Bellotto e no chef de cozinha Edu Guedes. O câncer de pâncreas também acometeu o ex-CEO da Apple, Steve Jobs (1955-2011), que não resistiu ao problema de saúde.

Segundo o cirurgião visceral e digestivo Alexandre Mensier, conhecido nas redes sociais pelo perfil @thefrench_chirurgien, “o câncer de pâncreas é um dos mais fulminantes da cirurgia digestiva. Ele é agressivo, ainda não temos como detectá-lo precocemente e seu prognóstico é sombrio”.

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Conforme destaca o centro oncológico Gustave Roussy, o câncer de pâncreas geralmente é diagnosticado em estágio avançado e inoperável, o que torna o tratamento eficaz inviável em 90% dos casos. Por isso, reconhecer os primeiros sinais pode fazer toda a diferença.

Em uma publicação no Instagram, Mensier ressalta que “um dos primeiros sinais que merece atenção” é o aparecimento da icterícia, condição que deixa a pele e os olhos amarelados.

“Basicamente, você vai ficar todo amarelo, tanto na pele quanto nos olhos e na esclera [parte branca do olho]”, explica o médico. Outros sintomas incluem urina muito escura e fezes esbranquiçadas. Esse quadro é chamado de ‘síndrome ictérica’.

O motivo, segundo o especialista, é que “o câncer frequentemente se desenvolve na cabeça do pâncreas, comprimindo a via biliar principal”. Com isso, a bile não alcança o intestino, causando a descoloração das fezes. Em vez disso, ela volta para o fígado, infiltra-se na corrente sanguínea e é eliminada pelos rins, tornando a urina mais escura.

O diagnóstico pode ser confirmado por exames de imagem como tomografia ou ecoendoscopia. Quanto mais cedo identificado, maiores as chances de tratamento.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.