Os avanços da tecnologia contribuíram para um marco na medicina brasileira. Com o uso de óculos de realidade mista e dados em formato 3D, a equipe do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília (DF), realizou uma cirurgia de remoção de um tumor no pulmão.
A operação pioneira no Brasil, nomeada de Segmentectomia Pulmonar Anatômica Robótica, foi realizada no paciente
No dia 11 de maio, dois meses após o diagnóstico de
O grande diferencial da cirurgia foi o uso de óculos de realidade mista, combinando dados de diferentes fontes de informação e oferecendo-os em formato 3D para os médicos durante a cirurgia. A informação dos óculos não é apenas ilustrativa, mas fundamental para tornar o procedimento ainda mais minimamente invasivo e com altíssima precisão.
O procedimento foi realizado no Hospital Sírio-Libanês de Brasília pela equipe do cirurgião torácico Dr. Humberto Alves de Oliveira, responsável pela cirurgia torácica do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital de Base da Secretaria Estadual de Saúde do GDF. O médico brasileiro também contou com a ajuda da Dra. Paula Ugalde, cirurgiã torácica do Brigham and Women’s Hospital em Boston, EUA, e da Dra. Isabela Silva Müller, radiologista especializada em tórax e reconstrução 3D radicada no Canadá.
A cirurgia durou cerca de três horas e foi um sucesso. José se recupera em casa. “Estou muito feliz com o resultado da cirurgia, sem limitações no pós-cirúrgico e só tive que tomar medicação simples para dor”, disse o paciente.
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Inovação
O hospital responsável destaca que as imagens processadas em um software, desenvolvido pela Garagem de Inovação da Alma Sírio-Libanês, possibilitaram à equipe médica a visualização da tomografia do pulmão em 3D através dos óculos, permitindo a percepção real de profundidade, com as estruturas pulmonares do paciente e o tumor isoladas e demarcadas com detalhes difíceis de visualizar em uma tela bidimensional.
O conjunto da tecnologia contribuiu para o tempo considerado curto da cirurgia e uma melhor precisão. “Esse trabalho é resultado de um investimento contínuo em cultura de early user para inovações que podem melhorar a vida dos pacientes e melhorar a eficiência e os desfechos clínicos”, diz Conrado Tramontini, gerente da Garagem de Inovação do Sírio-Libanês.