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Câncer de intestino: especialista afirma que vacina representa grande avanço no tratamento

Com os resultados positivos, o objetivo dos pesquisadores é expandir o estudo

Câncer de intestino

Nesta semana, um estudo desenvolvido no Reino Unido trouxe esperança para pacientes diagnosticados com câncer de intestino, um dos mais prevalentes em todo o mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), só no Brasil devem ser registrados 44 mil novos casos da doença por ano, entre 2023 e 2025, com 70% dos diagnósticos nas regiões Sudeste e Sul.

O trabalho clínico britânico utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma usada nas vacinas contra a Covid-19 e, se mostrou eficaz em tratamentos que podem revolucionar o combate à doença. O estudo avaliou a resposta à nova opção terapêutica aplicada ao professor universitário de 55 anos, Elliot Phebve. Diagnosticado com câncer colorretal em 2023, ele passou por cirurgia e quimioterapia antes de se tornar o primeiro paciente a receber o imunizante personalizado para evitar a volta do tumor.

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Para Alexandre Jácome, líder nacional da especialidade tumores gastrointestinais da Oncoclínicas, a introdução das vacinas personalizadas representa um avanço significativo no combate à doença. “Esse tipo de medicação criada de forma individualizada para cada indivíduo tem por objetivo criar uma ‘memória’ imunológica que pode prevenir o retorno do câncer após a cirurgia ou quimioterapia. Estamos falando de tratamentos que são menos invasivos e potencialmente mais eficazes, o que pode transformar a jornada de muitos pacientes”, afirma.

O oncologista detalha que a vacina ainda não está disponível porque ainda está na fase de testagem e, logo depois, precisa passar pelo processo de aprovação dos órgãos reguladores. Mas a possibilidade de usar a resposta imunológica do paciente para combater o câncer traz um novo olhar para o futuro dos tratamentos oncológicos. “Há inúmeras estratégias em desenvolvimento no mundo envolvendo vacinas contra vários tipos de câncer, tanto em doenças localizadas como em doenças avançadas, que têm por objetivo estimular o sistema imunológico a reagir contra proteínas que estão presentes em células cancerígenas e, consequentemente, eliminá-las. São estratégias extremamente promissoras, mas é fundamental destacar que são experimentais, sendo necessários mais dados e estudos antes de aplicarmos em nossa prática clínica”, destaca Alexandre Jácome, líder nacional da especialidade tumores gastrointestinais da Oncoclínicas.

Com os resultados positivos, o objetivo dos pesquisadores é expandir o estudo desta maneira de imunoterapia contra diversos tipos de câncer além do de intestino, como de pâncreas e pulmão.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.