O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta segunda-feira (14) a suspensão do processo de consulta à comunidade escolar sobre a adesão ao Programa das Escolas Cívico-Militares, que pretende incluir militares da reserva para auxiliar em atividades escolares no estado.
Segundo o secretário estadual de Educação, Igor Alvarenga, a suspensão acontece por causa do recesso escolar, e a consulta deve ser retomada após as férias.
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A consulta acontecia desde o fim de junho, e pretendia ouvir 723 escolas no estado, que deveriam manifestar se tinham ou não interesse em aderirem o programa.
O plano do governo estadual levantou polêmica e causou ação na justiça contra o governo, protocolada por sindicatos ligados à educação.
‘Acreditamos nesse processo’, diz Zema
Zema defendeu a aplicação do modelo cívico militar, e afirmou que um percentual de escolas deve fazer parte do novo modelo educacional, e que as instituições convencionais ainda vão ser maioria.
“Nós optamos por estarmos dilatando a questão das assembleias que estarão escutando pais, alunos e a comunidade escolar referente á implantação das escolas cívico-militares no estado. O prazo ficou exíguo, está coincidindo com férias, muitas vezes os pais já tinham programados viagens, não conseguiram participar. Então, queremos fazer tudo com o maior critério possível. Acreditamos muito nesse processo, que é democrático e cumpre todas as exigências”, afirmou Zema.
“Lembrando que estamos fazendo a migração de algumas escolas, e nada melhor do que diversidade para termos comparação. É estranho porque quem prega a diversidade é quem está indo contra. É contraditório. NO futuro, teremos 100, 200 ou 300 escolas cívico-militares e vamos comparar os modelos”, continuou o governador.
‘Processo democrático’
O secretário estadual de Educação, Igor Alvarenga, detalhou os motivos da suspensão e afirmou que o processo de escuta da comunidade escolar é democrático.
Ele afirmou que ainda não tem dados de avaliação externa sobre as nove escolas que já fazem parte do modelo cívico militar. Segundo ele, 15% das escolas listadas para a consulta já fizeram assembleias, mas não disponibilizou dados sobre a adesão para não induzir instituições que ainda não começaram a realizar assembleias.
“Neste momento nós anunciamos a suspensão do processo de escuta das comunidades escolares. Neste momento estamos apenas escutando para saber quais escolas têm o interesse em aderir ao modelo cívico-militar e as que não têm interesse. Após a escuta vamos fazer o levantamento dos policiais militares de reserva que estão disponíveis e o orçamento necessário. Este é um momento democrático, de ouvir as famílias, os professores e os estudantes. Após o recesso escolar teremos novas orientações para o processo de escuta da comunidade”, afirmou.
O secretário afirmou que ainda não há dados orçamentários fechados sobre a diferença no orçamento entre escolas convencionais e as cívico militares, mas ressaltou que o repasse do FUNDEB permaneceria como está e que a única diferença seria sobre a compra novos uniformes.