O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marcelo Bregagnoli, reconheceu, em um café com jornalistas nesta quarta-feira (8), que há uma dificuldade de comunicação com o governo de Minas Gerais, liderado pelo governador Romeu Zema (Novo). “Temos, sim, uma dificuldade hoje de comunicação e de relação com o governo estadual e isso é fato”, afirmou.
Na sede do MEC, em Brasília, o secretário foi questionado sobre o desafio de levar a educação tecnológica a um estado do tamanho de Minas — com 853 municípios. Na resposta, Bregagnoli citou os avanços na expansão da rede dos Institutos Federais (IFs) no interior e destacou que o aumento no número de unidades, como prevê o governo Lula (PT) até o fim do mandato, pode ajudar a atender os locais mais vulneráveis.
Uma das soluções para mitigar as dificuldades impostas pelo tamanho do território mineiro e ampliar o acesso à educação técnica seria por meio de parcerias com a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG), que também oferece ensino técnico na rede estadual.
O secretário afirmou, no entanto, que, na ausência de um contato mais próximo com o governo estadual, é possível dialogar com as Superintendências Regionais de Ensino (SREs). “Muitas vezes, na política, as coisas não são síncronas em pensamentos, mas digo isso com toda a humildade de ex-diretor que fui, que já tive várias portas fechadas em alguns momentos. Trabalhei muito com as superintendências regionais de ensino e, uma vez que não tinha acesso à secretaria central, atuava regionalmente. Esse é o papel dos institutos federais”, disse.
Ele declarou que, nesse caso, é preciso construir “alternativas”.
Mais Institutos Federais
Na conversa com a imprensa, o secretário afirmou acreditar que o futuro da expansão da rede federal de ensino técnico, por meio dos institutos, passa pelo aproveitamento de estruturas já existentes, em vez da construção de novas escolas técnicas do zero.
Em entrevista concedida na última terça-feira (7), o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), afirmou que Belo Horizonte poderá receber um segundo campus do IFMG, além do primeiro que será instalado no Barreiro.
O secretário ponderou, no entanto, que, para que um novo campus seja implantado, é necessário que o primeiro já esteja em funcionamento, “para poder justificar a criação de um novo instituto”.
O prefeito de BH, Álvaro Damião (União Brasil), pediu publicamente, durante uma agenda com o presidente Lula em setembro deste ano, a instalação de mais um campus na capital mineira, no bairro Aglomerado da Serra.
