A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réu o ex-assessor de
Tagliaferro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de violar sigilo funcional, coagir testemunhas, obstruir investigações e tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. A denúncia aponta que ele vazou informações sigilosas de conversas internas do TSE e do STF para atender a interesses de uma organização criminosa envolvida na disseminação de fake news e ataques ao sistema eletrônico de votação.
Segundo a PGR, Tagliaferro teria usado seu cargo na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE para repassar dados confidenciais e dificultar apurações da Polícia Federal. O procurador-geral Paulo Gonet afirmou que há indícios de que o ex-assessor atuou de forma alinhada a grupos que tentaram o golpe de Estado de 2023, mantendo apoio público a bolsonaristas nas redes sociais.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as provas são suficientes para a abertura da ação penal e indicam uma tentativa deliberada de “deslegitimar as instituições e obstruir investigações”. No voto, Moraes destacou que Tagliaferro chegou a prometer divulgar dados sigilosos e iniciou uma campanha de arrecadação online intitulada “Ajude o Tagliaferro a ir aos USA na Timeline expor as provas”.
O ex-assessor está atualmente na Itália, e o governo brasileiro iniciou processo de extradição. Também votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino.