Baterias caras e limitadas travam avanço da energia limpa no Brasil

Indústrias e transporte enfrentam desafios no armazenamento de energia solar; setores apontam necessidade de modernização da infraestrutura elétrica

Setor tem desafios para o armazenamento de energia limpa

Caras, limitadas e sem uma estrutura de recarga amplamente disponível, as baterias de armazenamento de energia são um grande desafio para a indústria e o transporte.

No caso das indústrias, grandes consumidoras de eletricidade, já que o funcionamento das máquinas, em muitos casos, ocorre 24 horas por dia, meios alternativos de geração são utilizados, como a energia solar. No entanto, a produção depende da presença de sol, podendo gerar até mais do que o necessário em alguns momentos.

O excedente de energia, que muitas vezes é maior que a demanda, não pode ser usado à noite devido à dificuldade de armazenamento. Por isso, quando não é aproveitado, é distribuído na rede elétrica. Uma possível solução seria o uso de baterias para armazenar a energia solar, mas o custo é alto, em alguns casos equivalente ao valor de toda a estrutura de instalação das placas.

Pioneira na transição para o alumínio verde, com menor impacto ambiental, a Norsk Hydro Brasil, indústria de alumínio e energia, possui a fábrica que mais consome eletricidade no país e realiza altos investimentos em fontes limpas. O CEO da empresa, Anderson Baranov, acredita que a solução está no consumo.

“O Brasil é muito rico em energia. Então, a gente vem discutindo com o Ministério de Minas e Energia, que faz um grande trabalho, não só na parte social, mas também junto à indústria. Conversamos através da Brás e de outras associações, como a Biap também, para que possamos ter uma solução. E essa seria o consumo: incentivar o consumo para que a indústria fique mais competitiva. Mas não é fácil, o mercado elétrico é complexo”, explica o CEO.

Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil

Hoje, o grande consumidor de energia solar que produz menos do que consome precisa pagar para receber da rede o que falta. Já quem produz mais, paga para injetar o excedente e recebe créditos da distribuidora. As baterias poderiam resolver esse impasse. No entanto, a infraestrutura e os custos ainda precisam ser modernizados no Brasil, especialmente quando comparados aos Estados Unidos, que já superaram esse desafio.

José Roberto Reynaldo, CEO do grupo TSEA Energia, fabricante de equipamentos para geração, transmissão e distribuição de energia, destaca o avanço da estrutura energética nos estados norte-americanos.

“As fontes de energia já estão mais conectadas às demandas que surgem com a eletrificação, que se reflete na distribuição dessa energia, com sistemas mais inteligentes e robustos. A gente sempre cita o exemplo do carregamento do carro elétrico, que exige uma infraestrutura muito bem planejada e distribuída, não apenas em pequenos núcleos, mas de forma mais abrangente, para atender o maior número possível de consumidores.

Se você observa sistemas que geram eletricidade, como fazendas solares e grandes parques eólicos, existem estruturas que armazenam a energia excedente em baterias. Esses sistemas de armazenamento liberam a energia nos momentos de baixa produção”, detalha.

José Roberto Reynaldo, CEO do grupo TSEA Energia

No caso dos carros elétricos, Minas Gerais se destaca nacionalmente por ser um estado rico em matéria-prima para a produção de baterias. O lítio, mineral essencial para o armazenamento de energia elétrica, é encontrado no Vale do Jequitinhonha. A secretária de Meio Ambiente ressalta a importância do insumo para o transporte.

Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Marília Melo

“Nós temos o Vale do Lítio, com grande potencial de produção desse mineral, que é absolutamente importante para a fabricação de baterias, e, consequentemente, para a eletrificação da frota, seja no Brasil ou em outros países. Mas destaquei o Brasil e Minas Gerais porque temos uma tecnologia do etanol que outros países não têm. Então, mesclar essas fontes de combustíveis não fósseis, seja eletrificação da frota, seja o uso do álcool, é muito importante para a diversificação e para a redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirma.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
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