Brasil avança no uso de energia limpa no setor de transportes

Setor aposta em alternativas como veículos elétricos e gás de resíduos orgânicos para reduzir poluição e diminuir custos

Mobilidade limpa ganha força com biocombustíveis e eletrificação

A energia está diretamente presente no setor de transportes, seja nos trilhos do metrô, nos combustíveis dos veículos, nos carros elétricos ou nos biocombustíveis, que servem tanto para gerar energia quanto para movimentar o transporte.

O consumo energético nacional cresceu 1,9% ao ano entre 2000 e 2023, acompanhando o ritmo do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período, o consumo do setor de transportes aumentou 2,6% ao ano. Esse avanço foi impulsionado pelo crescimento da renda das famílias, pelo maior consumo da população, pelo aumento do número de veículos e pela necessidade de escoar a produção.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), no mesmo período o uso de fontes renováveis no setor de transportes cresceu 5,1%, resultando em menos poluição, menor gasto com combustível e mais investimentos.

Na prática, essa mudança já faz parte da rotina dos trabalhadores. Em Belo Horizonte, o motorista de aplicativo Antônio Casarin trocou o carro a gasolina por um modelo elétrico.

“Começo o meu dia trabalhando com aplicativo. Saio de casa às seis da manhã, trabalho até às cinco da tarde, paro uma hora para o almoço e rodo, em média, 220 quilômetros. O carro tem autonomia de 330 quilômetros, então dá para trabalhar o dia todo sem se preocupar com a quilometragem”, conta o motorista.

Antônio Casarin, motorista de aplicativo

A produção de energia limpa também possibilita o uso de combustíveis menos poluentes no transporte. O biometano, gás produzido a partir de resíduos orgânicos, além de gerar energia, pode movimentar veículos. A professora Vânya Pasa, coordenadora do Laboratório de Ensaios de Combustíveis da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que essa alternativa tem grande potencial para veículos pesados.

“Tem sido indicado para substituir o diesel em veículos de grande porte, com resultados bastante promissores devido à baixa emissão de CO₂, ou seja, menor pegada de carbono. Por isso é importante que a gente utilize o biometano na nossa matriz energética, ela fica ainda mais limpa, e também damos um destino mais nobre aos resíduos, reduzindo problemas ambientais e gerando emprego e renda para a sociedade brasileira”, afirma a coordenadora.

O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa, defende que a transição energética na mobilidade ocorra de forma gradual.

“Entendemos que deve ser gradual, porque ainda não temos uma grande frota e o Brasil também não dispõe de energia elétrica suficiente para todo o transporte. A eletricidade ainda não é uma alternativa viável para o transporte de longo percurso ou superpesado. Uma exploração consciente, com redução da emissão de gases de efeito estufa, pode ser o caminho para gerar riqueza e promover uma transição completa.

Uma situação que vivemos hoje é a necessidade de a Petrobras aproveitar o gás metano emitido durante a exploração do petróleo. Em vez de ser reinjetado, esse gás pode ser capturado e refinado, permitindo que caminhões e ônibus passem a queimar metano em vez de diesel”, detalha.

Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT)

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
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