O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 561,6 TWh, cerca de 5,6% maior do que em 2023, segundo o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2025, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O aumento foi influenciado pelo bom desempenho da indústria e pelo impacto do fenômeno El Niño, que elevou as temperaturas e intensificou o uso de energia para climatização e irrigação.
A Região Sudeste continuou liderando o consumo nacional, com 47,8% do total, embora tenha registrado o menor crescimento entre as regiões, de 5,2%. Já o Norte apresentou a maior alta, de 6,9%, seguido do Centro-Oeste e do Sul, ambos com expansão de 6%. O Nordeste também teve avanço significativo, de 5,3%, reforçando a tendência de crescimento do consumo em todas as áreas do país.
Entre as classes consumidoras, o setor industrial manteve o maior peso na demanda, com 35,2% do total, seguido pelo residencial (31,4%) e pelo comercial (18,5%).
O consumo no setor industrial cresceu 4,8% nos dados consolidados de 2024, totalizando 197,6 TWh. Os setores de papel e celulose (+6,1%), metalurgia (+5,5%) e extração de minerais metálicos (+5,1%) tiveram desempenho acima da média. No comércio, o consumo aumentou 6,3%, chegando a 104,1 TWh, com destaque para os serviços de escritório e atividades imobiliárias, que registraram altas de 35,6% e 19,6%, respectivamente.
Mercado Livre em crescimento
Outro movimento relevante foi a expansão do Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual consumidores podem negociar diretamente o fornecimento de energia. Em 2024, o consumo nesse mercado cresceu 10,7%, elevando a participação no total nacional para 42,2%. O número de consumidores livres aumentou 64,3% em relação a 2023, reflexo da portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) que, desde de 2024, permite a migração de todos os consumidores do grupo A (média e alta tensão) para o mercado livre.

