STF tem unanimidade para determinar a perda do mandato de Zambelli

Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia decidiram seguir integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes

Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, confirmar nesta sexta-feira (12) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que decretou a perda do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Na quinta-feira (12), Moraes tomou a decisão de forma monocrática e colocou sua decisão para que fosse referendada pelos ministros da Primeira Turma em um julgamento no plenário virtual.

Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia decidiram seguir integralmente o voto de Moraes.

Na decisão, o ministro também estabelece o prazo de 48 horas para que o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos – PB), dê posse ao suplente da parlamentar, Coronel Tadeu (PL-SP).

Para Moraes, a deliberação que rejeitou a cassação de Zambelli “ocorreu em clara violação” à Constituição.

“Trata-se de ato nulo, por evidente inconstitucionalidade, presentes tanto o desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade quanto flagrante desvio de finalidade”, escreveu o ministro na decisão.

O ministro reiterou que a Constituição Federal confere ao Judiciário a competência para decretar a perda do mandato de parlamentares condenados criminalmente com trânsito em julgado.

Nesses casos, cabe à Mesa da Câmara apenas formalizar a perda do mandato por meio de um ato administrativo obrigatório, sem margem para deliberação política.

A decisão de Moraes acontece após a Câmara dos Deputados decidir não cassar o mandato de Zambelli. Na quarta-feira (11), Motta decidiu pautar a votação da cassação da parlamentar.

Isso porque durante a votação do parecer que pedia a sua cassação, apenas 227 deputados votaram favoráveis pela perda do mandato, quando seriam necessários 257 votos para que ela perdesse de fato o cargo.

A parlamentar foi condenada duas vezes pelo STF. A primeira condenação ocorreu após ela, junto ao hacker Walter Delgatti, invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A segunda se deu por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, no episódio em que Zambelli perseguiu e ameaçou um homem armada, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Nas duas decisões, a Primeira Turma do Supremo determinou a perda do mandato da deputada.

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Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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