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Senado aprova mudanças na Ficha Limpa e fixa inelegibilidade em até 12 anos

Proposta unifica período em oito anos e pode beneficiar políticos já condenados

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária.

O Senado aprovou nesta terça-feira (2), por 50 votos a 24, o projeto que altera as regras da Lei da Ficha Limpa (PLP 192/2023). O texto, relatado por Weverton (PDT-MA), segue para sanção presidencial.

O que muda com a proposta:

  • O prazo de inelegibilidade será de 8 anos unificados.
  • A contagem começa a partir de:
    • decisão que cassar o mandato,
    • eleição com prática abusiva,
    • condenação por órgão colegiado, ou
    • renúncia ao cargo eletivo.
  • Haverá um limite máximo de 12 anos, mesmo em caso de condenações sucessivas.
  • Para crimes graves (corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico, terrorismo, racismo, crimes contra a vida, entre outros), o prazo só contará após o cumprimento da pena.
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Argumentos a favor:

  • Weverton defendeu que a proposta dá “objetividade e segurança jurídica”.
  • Sérgio Moro (União-PR) articulou ajustes para manter rigidez nos crimes mais graves.
  • Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou que a mudança “resgata o espírito da lei”, fixando em oito anos o limite de inelegibilidade.
  • Renan Calheiros (MDB-AL), Tereza Cristina (PP-MS) e Rogério Marinho (PL-RN) também votaram a favor.

Argumentos contrários:

  • Marcelo Castro (MDB-PI) e Eduardo Girão (Novo-CE) criticaram a aprovação.
  • Para Castro, a alteração reduz o impacto da lei, pois condenados podem voltar a disputar antes de ficarem fora de duas eleições consecutivas, como era o objetivo inicial.

A proposta original é da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-deputado Eduardo Cunha. Se sancionadas, as novas regras entram em vigor imediatamente e podem até beneficiar políticos já condenados.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.