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Revogação de visto por Trump contra Moraes gera reação do governo Lula

AGU e ministros do governo classificam medida dos EUA como arbitrária e acusam interferência política no Judiciário brasileiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes

O advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou como “arbitrária” a decisão dos Estados Unidos de revogar o visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e de seus familiares e outros ministros da Corte. A medida foi anunciada na sexta-feira (18) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, e teria efeito imediato.

Rubio justificou a decisão como resposta à suposta “perseguição e censura” de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, no mesmo dia, foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica por ordem do ministro.

Em nota publicada nas redes sociais, Messias afirmou que se trata de um “assédio de índole política” por parte de uma nação estrangeira e que a atuação de Moraes e dos demais ministros se dá “nos estritos limites do ordenamento jurídico”, com o objetivo de preservar a democracia e o Estado de Direito.

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“A revogação dos vistos é uma deturpação que tenta imputar às autoridades brasileiras a violação de direitos fundamentais, quando, na verdade, elas apenas cumprem suas funções constitucionais”, escreveu.

Outros integrantes do governo também reagiram. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) chamou a medida de “afronta à soberania nacional” e acusou Jair e Eduardo Bolsonaro de atuarem nos bastidores para atacar as instituições brasileiras. “É um vexame internacional”, disse.

Oficialmente, o governo brasileiro ainda não se manifestou sobre a decisão.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio