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Propag: Falta de clareza sobre valor da Codemig e Codemge gera embate entre deputados na ALMG

Discussões aconteceram durante uma audiência pública da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa

Discussão aconteceu na Comissão de Administração Pública da ALMG

Em uma audiência pública da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a falta de clareza sobre o valor das empresas Codemig e Codemge gerou divergência entre os deputados estaduais.

O encontro reuniu os secretários de Estado de Fazenda, Luiz Claudio Gomes, de Planejamento e Gestão, Sílvia Listgarten, e a diretora-presidente das duas companhias, Luisa Barreto, e teve como pano de fundo o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), do governo federal.

Apesar do foco na adesão ao programa, a audiência foi marcada por questionamentos em torno da valoração da Codemig e da Codemge, empresas que têm papel estratégico no processo, especialmente como ativos que podem ajudar a garantir recursos.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) criticou a falta de informações concretas e disse esperar uma apresentação mais detalhada da Seplag. “Quais são os valores da companhia? Era isso que esperávamos entender aqui hoje”, afirmou.

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Já o deputado Gustavo Valadares (PMN) minimizou o papel dos representantes do estado na definição de valores. “Quem resolve o valor não é o devedor, é o BNDES e o Tesouro Nacional. Se a razão da audiência é só levantar o valor, eles é que deveriam estar aqui”, disse.

Os deputados Professor Cleiton (PV) e Cássio Soares (PSD) protagonizaram um embate sobre a transparência dos números. Cleiton defendeu a divulgação de uma estimativa feita pelo banco Goldman Sachs. Cássio, por outro lado, ponderou que apenas um levantamento oficial pode apresentar uma valoração real e segura das companhias.

Luisa Barreto, diretora-presidente da Codemig e da Codemge, confirmou que os valores exatos ainda não estão definidos. Segundo ela, o estudo citado por Professor Cleiton foi feito em 2023, portanto está desatualizado e tratava de cenários hipotéticos.

“O valuation inclui diversos ativos e passivos e, sem a análise do BNDES, não é possível cravar um valor. O ativo muda com o tempo, e essas estimativas não refletem a realidade atual das empresas”, afirmou.

Criado para auxiliar estados endividados a renegociarem suas dívidas com a União, o Propag exige uma série de contrapartidas.

Entre elas, está a amortização de parte da dívida com a União – em Minas, 20% do total, condição considerada praticamente inegociável, segundo o secretário Luiz Cláudio.

Ele ressaltou que o prazo para adesão termina em dezembro e que “uma opção que não seja a amortização de 20% é praticamente inviável”, diante do calendário apertado.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.