O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia nesta quarta-feira (17) que o fim da escala de trabalho 6x1 tende a diminuir significativamente o número de atestados médicos.
Segundo o deputado, a atual jornada representa uma “escravidão moderna” e tem levado trabalhadores, sobretudo do comércio e dos serviços, a recorrerem a faltas por desgaste físico ou emocional.
Reginaldo Lopes afirmou que cerca de 80% dos trabalhadores desses setores apresentam uma ou duas faltas por semana por exaustão. “As pessoas precisam de tempo para ir à escola do filho, ao banco, ao médico. Precisa ter vida para além do trabalho”, afirmou ele.
O deputado também disse que houve uma mudança importante na posição do empresariado, especialmente em São Paulo. Segundo ele, entidades patronais do comércio e dos serviços, que antes resistiam à proposta, passaram a apoiar o fim da escala 6x1 após constatarem os impactos negativos do modelo atual.
Na indústria, ele disse que a resistência é menor, já que mais de 95% dos trabalhadores já atuam em jornadas próximas à escala 5x2, com média de 39,8 horas semanais.
A proposta, defendida pelo governo federal, prevê a adoção da escala 5x2, com limite máximo de cinco dias de trabalho por semana, além de uma redução gradual da jornada para 40 horas e, no longo prazo, para 36 horas semanais.
“Temos três propostas de emenda constitucional em discussão, apresentadas por mim, pela deputada Erika Hilton e pelo senador Paulo Paim. O governo vai defender o fim da escala 6x1 e nós vamos aprovar essa mudança na Câmara e no Senado em 2026”, declarou ele.
Segundo Reginaldo Lopes, pesquisas indicam que mais de 75% da população brasileira é favorável ao fim desse modelo de jornada.