O primo do
O vereador, eleito com mais de dez mil votos na capital mineira, também não esteve presente. Ele é
A Câmara, no entanto, tem enfrentado dificuldades para notificar formalmente o vereador sobre o processo de cassação. Nesta terça-feira, assessores procuraram o parlamentar em seu gabinete, mas não foram recebidos. A equipe de Ganem, que estava no local, teria se recusado a assinar o recebimento do documento.
Nos bastidores, o vereador tenta na Justiça travar o processo de cassação. Ele ingressou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) contra a presidência da Casa Legislativa na última sexta-feira (5).
Desde que a abertura do processo foi aprovada, com 39 votos, na última quinta-feira (4), Ganem tem evitado se manifestar publicamente sobre o assunto. Nas redes sociais, o vereador mantém a rotina normal de publicações, sem mencionar a investigação na CMBH nem a que corre na Justiça.
Fraude eleitoral
Uma denúncia formalizada por um advogado, que não teria ligação com o Legislativo, acusa Ganem de usar Belo Horizonte com fins eleitorais, mesmo sem possuir bases políticas na capital mineira.
Ele também é investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude eleitoral. O vereador é acusado de usar um endereço falso em BH para poder disputar as eleições de 2024.
O imóvel que Ganem afirmou ocupar fica no bairro Trevo, na região da Pampulha. Os moradores, no entanto, afirmam desconhecer o vereador e dizem que ele nunca residiu no local.
De uma família tradicional na política, que utiliza o sobrenome “Ganem”, o vereador tem, além do primo homenageado pela CMBH, a mãe, a tia e a cunhada atuando em municípios do interior de São Paulo e no próprio estado.
Consequências
Conforme apurado pela Itatiaia, as polêmicas envolvendo o vereador repercutiram negativamente na diretoria nacional do Podemos. A presidência do partido em Minas, comandado pela deputada federal Nely Aquino, integrante da chamada “Família Aro” — grupo ligado ao secretário de governo de Minas, Marcelo Aro —, foi desativada da executiva nacional.
O diretório municipal também está inativo.
Com a decisão, a partir de agora, as decisões do partido em Minas passam pela executiva nacional. Além de Bruno Ganem, o também deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que seria agraciado, não compareceu à cerimônia. A assessoria do parlamentar informou que ele está em Brasília e, por isso, não conseguiria desembarcar em Belo Horizonte.
Segundo a CMBH, o Grande Colar do Mérito Legislativo é entregue para “pessoas físicas ou jurídicas, de nacionalidade brasileira ou estrangeira, que, pela prestação de serviços notáveis ou por excepcional mérito, tenham se tornado merecedoras de reconhecimento”. Cada um dos 41 parlamentares tem direito de indicar um nome para honraria. Outros nove homenageados são nomeados por um conselho da honraria.