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Motta nega clima para anistia e diz que plano de contingência terá prioridade

Presidente da Câmara afirmou, no entanto, que pode discutir uma proposta para rever penas dos condenados pelo 8 de janeiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quinta-feira (14) que não vê ambiente na Casa para votar um projeto de lei que conceda anistia “ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A proposta é a principal bandeira da oposição e motivou a ocupação do Congresso na última semana após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado, que não seria uma anistia ampla, geral e irrestrita. Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa”, declarou Motta, em entrevista à GloboNews.

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Ele afirmou, no entanto, que há mais abertura a um projeto de revisão das penas dos condenados por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que receberam longas punições do STF. Segundo o deputado, esse texto alternativo pode ser, inclusive, discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros da Corte.

Motta afirmou ainda que o plano de contingência do governo para auxiliar os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos será prioridade no Congresso. O programa foi instituído na quarta-feira (13) por meio de uma Medida Provisória, que ainda precisa ser chancelada pelos parlamentares em até 120 dias para não perder a validade.

“Não tenho dúvidas de que, dentro da Câmara, no Colégio de Líderes, teremos amplo apoio para que essas medidas sejam aprovadas e o Brasil sofra o mínimo impacto possível diante dessas decisões recentes do governo americano”, pontuou.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.