A decisão da Justiça inglesa, anunciada nesta sexta-feira (14), de
“Hoje para mim o sentimento é de gratidão. Primeiro a Deus, nunca perdi a fé. Deus enviou vocês (advogados que ingressaram com a ação em Londres). Porque se não fosse vocês nós estaríamos sem Justiça. Foi a noite mais longa durante esses 10 anos. A Justiça prevaleceu. E isso é o mais importante para a gente. Meu filho agora pode descansar em paz”, afirmou Gelvana.
Ela e outros moradores que representam os atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco, em 2015, participaram de uma entrevista coletiva organizada pelo escritório Pogust Goodhead, para falar sobre a decisão da Justiça no Reino Unido.
Integrante da Comissão dos Atingidos pela Barragem de Fundão e moradora de Bento Rodrigues, Mônica dos Santos também comemorou a decisão divulgada nesta sexta-feira (14).
Ela cobrou ainda uma posição da Justiça brasileira e afirmou que aguarda um recurso sobre a punição para envolvidos no Brasil.
“Me chamo Mônica dos Santos, sou da comunidade de Bento Rodrigues. Hoje é um dia de muita alegria. São 10 anos esperando. Que isso sirva para a Justiça brasileira aprender, ver o que ela não fez em 10 anos. Que a Justiça brasileira possa rever a decisão inocentando os réus e as empresas. Entramos com recurso e estamos esperando ele ser julgado no Brasil. Essa decisão de hoje, que venha a ajudar no processo de responsabilização penal no Brasil”, afirmou.
Decisão no Reino Unido
A justiça do Reino Unido decidiu nesta sexta-feira (14), em julgamento que aconteceu em Londres, no Reino Unido, que a mineradora BHP é responsável pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana.
A sentença desta sexta-feira (14) representa o primeiro reconhecimento formal da responsabilidade da BHP na tragédia. A mineradora é uma das controladoras da Samarco, empresa que operava a barragem.
Mineradoras pretendem recorrer
Após a decisão da Justiça do Reino Unido, que nesta sexta-feira (14) considerou a mineradora BHP responsável pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em 2015,
Em nota, a BHP afirmou que continua empenhada, juntamente com a Vale e a Samarco, no processo de reparação, seguindo o acordo firmado no Brasil.
“A BHP Brasil, junto à Vale e Samarco, continua empenhada na implementação do acordo firmado em outubro de 2024, o qual assegurou um total de 170 bilhões de reais para os processos de reparação e compensação em curso no Brasil”, diz a empresa.
“Desde 2015, aproximadamente 70 bilhões de reais foram pagos diretamente às pessoas da Bacia do Rio Doce e direcionados às entidades públicas no Brasil. Mais de 610 mil pessoas receberam indenização, incluindo aproximadamente 240 mil autores na ação do Reino Unido que outorgaram quitações integrais. A Corte inglesa confirmou a validade dos acordos celebrados, o que deverá reduzir significativamente o tamanho e valor da ação em curso. A BHP continua confiante de que as medidas tomadas no Brasil são o caminho mais efetivo para uma reparação integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente e seguirá com sua defesa no caso britânico”, finaliza a mineradora.