Megaoperação: Moraes manda governo do Rio esclarecer divergências em dados

Ministro também determinou que seja preservada as imagens das câmeras corporais dos policiais que atuaram na ação

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo do Rio de Janeiro e o Tribunal de Justiça do estado prestem novos esclarecimentos e corrijam divergências sobre a megaoperação policial que deixou ao menos 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.

Na decisão, Moraes ainda ordenou que o governo do Rio preserve todas as imagens das câmeras corporais dos policiais que participaram da ação e envie ao STF os laudos necroscópicos completos, incluindo registros fotográficos e a busca de projéteis.

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O ministro também exigiu o envio, sob sigilo, de documentos e investigações que serviram de base para a realização da operação.

De acordo com Moraes, há divergências entre os dados apresentados pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Segurança Pública, e as informações de outros órgãos, como o Ministério Público.

A determinação foi feita no âmbito da ADPF das Favelas, ação que tramita no Supremo e busca reduzir violações de direitos humanos em operações policiais no Rio de Janeiro.

O processo era relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso, aposentado recentemente, e está sob relatoria provisória de Moraes.

Outros pedidos

Além do governo estadual, Moraes também solicitou informações complementares a outros órgãos:

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ): envio dos resultados das audiências de custódia e dos mandados de busca e apreensão realizados durante a operação;

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ): entrega dos relatórios e laudos técnicos independentes, bem como cópia integral do Procedimento Investigatório Criminal, com todos os anexos e diligências;

Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPERJ): esclarecimento sobre o acesso aos autos e às provas e se está sendo garantido o acompanhamento e assistência às famílias das vítimas.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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