Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (12), Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, ocupou um dos cargos de maior confiança da Presidência da Câmara dos Deputados durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL) e atualmente, ela se identifica nas redes sociais como Chefe da Assessoria Especial do Gabinete da Presidência, na Câmara dos Deputados, informação confirmada pelo portal da transparência da Casa Legislativa.
Lotada em um Cargo de Natureza Especial nível 7 (CNE-07), um posto de chefia estratégica que recebe salário de R$ 23.732,92, ela esteve na ponta da estrutura de assessoramento direto do então presidente da Casa entre março de 2021 e o início deste ano.
A PF fez uma varredura na própria Câmara desde cedo, concentrada em salas ligadas à liderança do Progressistas, partido de Lira. Por volta das 13h, agentes deixaram o local carregando malotes com documentos apreendidos.
Mariângela chefiou a assessoria parlamentar da Presidência enquanto Lira comandava a Câmara. Após a troca de comando, ela foi exonerada pelo atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), passando a atuar na liderança do PP, onde está atualmente lotada.
O CNE-07 é um dos cargos de maior sensibilidade dentro da estrutura administrativa da Câmara. Criado pela Resolução nº 1 de 2007, esse nível permite a requisição de servidores e concentra funções de direção, coordenação e articulação política. Por isso, quem ocupa esse posto atua diretamente nas operações internas e na interlocução com parlamentares.
De acordo com a decisão do ministro do STF Flávio Dino, que autorizou a operação, Mariângela teria atuado supostamente sob ordens de Arthur Lira. O ex-presidente da Câmara, porém, não é investigado.
A reportagem da Itatiaia tenta contato com a defesa de Mariângela, bem como com as assessorias de Arthur Lira e do presidente da Câmara, Hugo Motta, mas ainda não obteve retorno.