O deputado Kim Kataguiri (União-SP) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ter fortalecido o Supremo Tribunal Federal (STF) por “covardia” quando estava no mandato. De acordo com o parlamentar, em entrevista à Itatiaia nesta terça-feira (30), Bolsonaro atuou para blindar o filho, Flávio, das investigações de “rachadinha”, e indicou aliados que beneficiaram tanto Lula (PT) quanto políticos investigados na Lava Jato.
“Não voto [anistia] para Bolsonaro, que criou, por causa da sua covardia durante seu mandato, um Supremo com mais superpoderes do que ele já tinha”, disse Kataguiri.
O deputado lembrou que, no governo Bolsonaro, o Congresso havia aprovado o fim das decisões monocráticas no STF, mas o então presidente vetou a proposta. Segundo Kataguiri, a decisão foi uma forma de agradar o ministro Dias Toffoli, que havia suspendido investigações contra Flávio Bolsonaro.
Ele também citou a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que acabou com a Lava Jato, e a nomeação de Kassio Nunes Marques para o Supremo, que, segundo ele, beneficiou Lula ao anular a delação de Antonio Palocci e permitir o uso das mensagens da Operação Spoofing.
“Se não fosse a indicação de Bolsonaro para a PGR, para o STF e a sua operação de colocar o governo a serviço do Supremo e do Centrão para blindar o seu próprio filho, nós não teríamos um Supremo superpoderoso como temos hoje”, afirmou.
Anistia e 8 de janeiro
O deputado Kim Kataguiri também comentou o projeto de anistia em discussão na Câmara. Para ele, Bolsonaro e seus aliados foram “ingênuos” ao negociar a
O deputado disse apoiar apenas a redução de penas para quem participou dos atos em 8 de janeiro de 2023, mas rejeita qualquer tipo de “perdão” para Bolsonaro. “O que eu sempre deixei claro é que não apoiaria e não votaria anistia para Bolsonaro e para o seu núcleo duro. Isso eu não voto”, afirmou.