Ouvindo...

Julgamento de Bolsonaro: Gonet lista declarações do ex-presidente que justificam denúncia

Procurador-geral da República diz que sequência de ações organizadas do ex-presidente desacreditaram eleições e incentivaram pedidos de intervenção militar

Procurador-geral da República, Paulo Gonet

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que não há como negar os fatos que embasam a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados. No primeiro dia do julgamento, ele disse que as provas reunidas são consistentes e mostram uma tentativa de ruptura da ordem constitucional.

Para o procurador-geral, ficou demonstrado que houve uma sequência de ações organizadas para desacreditar as eleições e tentar manter o ex-presidente no poder.

“Encontra-se materialmente comprovada a sequência de atos destinados a propiciar a ruptura da normalidade do processo sucessório. Não há dúvida de que a associação criminosa quis desacreditar publicamente o sistema eletrônico de votação, valendo-se de recursos e agentes públicos. Mobilizou também o braço armado do Estado, tanto para prejudicar livre manifestação da vontade popular como para ensejar permanência no poder de modo desvinculado do processo eleitoral após a derrota nas urnas”, afirmou.

Gonet ainda lembrou ainda frases de Bolsonaro e a escalada de discursos contra o sistema eleitoral, que se somaram às manifestações com pedidos de intervenção militar.

“A escalada verbal foi acompanhada por manifestações organizadas, em que apareciam faixas com pedido de intervenção militar. Foi neste contexto que o presidente Jair Bolsonaro tornou pública, no dia da Pátria, a sua recusa em aceitar uma alternância democrática de poder, em frases como: ‘Não poderia participar de uma farsa como esta patrocinada pelo TSE’, e esta outra: ‘Só saio preso morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso’. Em todas estas ocasiões se levantaram críticas ao sistema de votação baseadas em premissas viciadas, em desnaturação de fatos, enfim, em suspeitas vazias”, concluiu.

Leia também

Julgamento de Bolsonaro

Nesta terça-feira (01), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas enfrentam o primeiro dia do julgamento pela suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro não acompanha a sessão presencialmente.

Os crimes são:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração do patrimônio tombado;

Além de Bolsonaro, são julgados:

  • Alexandre Ramagem — ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier — ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres — ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno — ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira — ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto — ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid — ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro.
Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio