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Gleisi defende cassação de Eduardo e afirma que mensagens com Malafaia comprovam ‘conspiração’

Os processos contra o deputado já foram enviados ao Conselho de Ética da Câmara; ministra conversou com Hugo Motta

Gleisi Hoffmann

A ministra de Relações Institucionais de Lula (PT), Gleisi Hoffmann, disse, nesta sexta-feira (22), que defende a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil.

A ministra confirmou que defendeu isso durante uma conversa reservada com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Eduardo está licenciado do cargo e hoje mora nos Estados Unidos.

Para a petista, é “inadmissível” que um deputado pago com dinheiro público promova, segundo ela, um movimento contra o Brasil. Ela se referiu ao apoio de Eduardo Bolsonaro ao pacote de tarifas imposto pelo presidente Donald Trump contra produtos brasileiros.

“Isso depõe contra o Congresso, depõe contra os líderes, contra os deputados. Tem que ser exemplar, tem que ser pedagógico, quem está contra o país não pode assumir um cargo público”, afirmou Hoffmann.

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Os processos contra o deputado já foram enviados ao Conselho de Ética da Câmara. Hoffmann afirmou, no entanto, que é necessária uma pressão dos líderes para acelerar a votação.

Na quinta-feira (21), pelas redes sociais, a ministra disse que as mensagens divulgadas pela Polícia Federal (PF) entre Bolsonaro, Eduardo e o pastor Silas Malafia “são a prova definitiva da conspiração dos golpistas contra o Brasil”.

“São conversas indecentes entre pessoas que comemoram as sanções contra nossa economia, tramam contra a Justiça e não se incomodam com as consequências para o país e a população. Quanto mais se aprofundam as investigações, mais é revelado sobre os métodos sujos da extrema-direita, sua sede de poder e seu desprezo pela democracia e pela soberania nacional”, escreveu ela.

O caso

A Polícia Federal apontou, em relatório divulgado na quarta-feira (20), que o ex-presidente Jair Bolsonaro enviou mais de 300 mensagens e vídeos pelo WhatsApp, mesmo após ter sido proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de usar redes sociais. O documento também cita o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

De acordo com a PF, o objetivo era “burlar a ordem de proibição a retransmissão de conteúdos imposta pelo justiça”.

Os investigadores afirmam que os temas estão “englobando diversos conteúdos, incluindo vídeos relacionados às sanções do Ministro ALEXANDRE DE MORAES (Lei Magnitsky), bem como divulgação e promoção dos eventos”.

Conteúdos produzidos pela redação de Brasília da Rádio Itatiaia