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Esquerda e direita medem forças em protestos marcados para este domingo (7)

Data da Independência vira palco da polarização política com atos simultâneos em várias capitais

Direita e esquerda medem forças no 7 de setembro

Neste 7 de setembro, o tradicional feriado da Independência ganha contornos de disputa política aberta. Direita e esquerda organizam atos em diversas cidades do país e transformam as comemorações oficiais em um palco de enfrentamento simbólico. O tamanho das manifestações deve servir como um termômetro para medir a força de cada campo no atual cenário nacional.

A direita em defesa de Bolsonaro

Os atos convocados por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se espalham por 54 cidades, com concentração em grandes capitais. A principal bandeira é a anistia dos investigados e condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Além disso, a mobilização funciona como demonstração da vitalidade do bolsonarismo no momento em que Bolsonaro enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal.

  • São Paulo: Avenida Paulista, às 15h, com presença de lideranças como o governador Tarcísio de Freitas, o governador mineiro Romeu Zema e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
  • Rio de Janeiro: Copacabana, a partir das 11h.
  • Brasília: concentração em frente à Torre de TV, às 9h.
  • Outras capitais: Belo Horizonte, Florianópolis, além de municípios do interior.

A esquerda e o Grito dos Excluídos

Em resposta, movimentos sociais, sindicatos, partidos progressistas e organizações religiosas promovem o 31º Grito dos Excluídos, que este ano tem como lema “Povo Independente é Povo Soberano”. Os organizadores defendem a democracia e levantam bandeiras voltadas para justiça social.

Entre as principais pautas estão:

  • Taxação de grandes fortunas;
  • Redução da jornada de trabalho;
  • Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil;
  • Defesa da soberania nacional e dos direitos sociais.

Os atos estão confirmados em 24 capitais e dezenas de cidades.

  • São Paulo: atividades começaram cedo, às 7h, na Praça da Sé, com caminhada em direção ao centro.
  • Rio de Janeiro: concentração na Presidente Vargas, às 9h.
  • Brasília: encontro no Conic, a partir das 10h.
  • Também há mobilizações em Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e outras capitais do Nordeste e Sul.
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Brasília como vitrine da polarização

Na capital federal, o contraste será ainda mais evidente. A Secretaria de Segurança Pública do DF determinou que os dois grupos fiquem separados por cerca de 3 km para evitar confrontos:

  • Direita: Torre de TV, às 9h;
  • Esquerda: Conic, no mesmo horário.

Além da separação geográfica, a SSP-DF reforçou as restrições:

  • Proibidos: máscaras que cubram todo o rosto, capacetes, cartazes e símbolos com mensagens racistas, homofóbicas, sexistas ou xenofóbicas.
  • Já estavam na lista: drones sem autorização, fogos de artifício, armas, animais e coolers.

Um 7 de setembro de disputa

Mais do que a celebração da Independência, o domingo será um teste de mobilização para os dois lados. A direita busca mostrar força em torno da figura de Bolsonaro e pressionar pelo perdão aos condenados do 8 de janeiro. A esquerda aposta na agenda social e no discurso de soberania para reforçar o apoio ao governo Lula e ao seu projeto político.

Com atos programados em diferentes regiões e a atenção voltada para Brasília, este 7 de setembro se confirma como um capítulo decisivo da polarização que marca a vida política brasileira.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.