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Em discurso, Pacheco pede reconstrução da política mineira e antagoniza com Zema

Mesmo sem citar o nome do chefe do Executivo mineiro, o ex-presidente do Congresso Nacional instou uma política feita fora das ‘lacrações’ de rede social

Rodrigo Pacheco discursou durante agenda de Lula em Minas Gerais nesta quinta-feira (12)

Sem se declarar candidato ao governo de Minas, o senador Rodrigo Pacheco (PSD), cotado para a cadeira no Palácio Tiradentes, se colocou como um político moderado e antagonizou com o governador Romeu Zema (Novo) durante um discurso de mais de 20 minutos na tarde desta quinta-feira (12).

Mesmo sem citar o nome do chefe do Executivo mineiro, o ex-presidente do Congresso Nacional instou uma política feita fora das “lacrações” de rede social e pediu uma reconstrução do estado. A declaração aconteceu em em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, durante agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais, que também visitou Mariana durante a manhã.

Aos gritos de “Pacheco, governador”, o senador afirmou que vivemos em tempos difíceis, fomentados pelas “redes sociais absolutamente sem limites”, e de uma liberdade de expressão que “de tão sem limite, se torna irresponsável”. Frente a isso, o parlamentar disse querer invocar a tradição política mineira: “um estado que ao Brasil Tiradentes, Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek, Itamar Franco e tantos outros é um estado que tem uma tradição política própria do diálogo”, afirmou.

Pacheco alfinetou o governador de Minas Gerais e afirmou que é preciso repudiar a “inegável ditadura militar”, dias depois de Romeu Zema, em entrevista à Folha de São Paulo, ter relativizado a existência do período de repressão no Brasil.

“Esse estado que tem essa tradição política de construir, de dialogar, de desenvolver, de defender a liberdade, não pode se contentar com a política feita através de um videomaker de rede social. Definitivamente, a negação, o negacionismo, o populismo, a demagogia e a cooptação através da lacração de rede social tem tornado a política cada vez menor. Política circense, esvaziada de espírito público e de realizações efetivas para municípios, para pessoas e instituições”, declarou Pacheco.

O senador terminou elogiando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e ressaltou e invocou o “compromisso público e político” para a união na reconstrução do estado de Minas Gerais “através da Política, com P maiúsculo.

Lula pede candidatura

Durante o discurso, Lula chegou a pedir a candidatura de Rodrigo Pacheco e disse que “nenhum desses que fica atrás do celular” têm “a menor chance de competir com o Pacheco”. “Não dá para achar que dá para fazer política com um desgraçado de um celular, falando mal de todo mundo, fazendo provocação”, afirmou.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.